sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Violonistas Brasileiros do Passado

   CATULO DA PAIXÃO CEARENSE (1863~1946) - Foi ele quem reabilitou o violão, até então considerado "uma espécie de arma proibida" (expressão de Humberto de Campos), organizando uma festa no Conservatório de Música em 1908.
   QUINCAS LARANJEIRA (1873~1935) - Famoso violonista cujo verdadeiro nome era Joaquim dos Santos. Além de acompanhador, foi solista do instrumento, tendo estudado e executado obras de Carcassi, Carulli, marcando um atuação mais voltada para o violão clássico. Fez muitas serenatas com Catulo.
  DUNGUINHA - Violonista do início do século XIX. Usava um paletó sem bolsos do lado. Quando lhe perguntavam o motivo, respondia: "Pra quê? Eu nunca tenho dinheiro...". Foi um grande acompanhador.


  HEITOR VILLA-LOBOS (1887~1959) - Villa-Lobos conviveu, entre 1904 e 1905, com os expoentes da música popular brasileira da época: Irineu de Almeida, Juca Kalut, Catulo da Paixão Cearense, Sátiro Bilhar, etc. Por essa época, adorava manejar o violão tendo composto, inclusive, para esse instrumento.
 AMÉRICO JACOMINO, "CANHOTO" (1889~1928) - Um dos grandes virtuoses brasileiros do instrumento. Deixou também composições admiráveis para violão, inclusive a célebre valsa "Abismo de Rosas".


  CHINA (1888~1927)- Irmão de Pixinguinha e cujo nome verdadeiro era Otávio Viana. Foi criado num ambiente extremamente musical. Seu pai, possuía um grande arquivo de choros antigos. Costumava reunir em sua casa grandes chorões da época como Quincas Laranjeiras, Irineu de Almeida, entre outros.
    DONGA (1890~1974) - Foi o violão-baixo dos "Oito Batutas". Fazia como poucos, o chamado ponteado. Entrou definitivamente para a história da música popular brasileira, por ter registrado na Biblioteca Nacional (27/11/1916), a partitura da "Pelo telefone".

    LEVINO A. CONCEIÇÃO (1895~1955) - Elogiado em versos por Catulo da Paixão Cearense. Mesmo cego, Levino foi um grande violonista. Aos nove anos já era considerado um dos melhores violonistas da sua cidade. Aos doze anos, já mostrava total domínio do instrumento, sendo capaz de improvisar e dominar todos os tons. Um de seus alunos foi o aclamado Dilermando Reis. 
    SÁTIRO BILHAR (1860~1926?) - Grande especialista do instrumento, infelizmente não chegou a gravar. Teve uma aluna famosa chamada Lili S. Paulo. Deixou, entre outras composições, um "Estudo de Harpa" para violão.
    LILI SÃO PAULO - Virtuose do violão, discípula de Sátiro Bilhar.


     TUTE (1886~1957) - Grande violonista de seis e sete cordas, além de bandolinista, banjoista, e executante de bombo e pratos. Seu verdadeiro nome era Artur Nascimento. Com Antônio Maria Passos (flauta) e Nelson dos Santos Alves (cavaquinho), integrou o Grupo da Chiquinha Gonzaga. 
 Primeiro dos grandes violonistas acompanhadores do choro, foi o introdutor do violão de sete cordas nos conjuntos de choro e regionais dos quais fazia parte. Ganhou o apelido de violonista "pé-de-boi", porque deixava qualquer solista seguro.
     EDUARDO DAS NEVES (1874~1919) - Famoso Palhaço Negro, também conhecido como Dudu das Neves. Além de compositor, foi uma figura muito importante para a música popular de seu tempo. Dudu cantava acompanhando-se ao violão, fazia vozes, sons, e foi o precursor do humor na música popular brasileira.

  ALEXANDRE GONÇALVES PINTO (1870~1940) - Cantor, cavaquinista, violonista e dedicado chorão. "Animal" era seu apelido.
 Autor do livro "O Chôro-Reminiscências dos Chorões Antigos", publicado em 1936, com prefácio de Catulo da Paixão Cearense. Livro este, que tornou-se precioso por ser um dos pouquíssimos e raros registros do ambiente musical dos chorões do Rio de Janeiro entre fins do século XIX e início do XX. Obra fundamental para a musicologia brasileira.
      ROGÉRIO GUIMARÃES (1900~1980) - Grande violonista nascido em São Paulo a 8 de junho de 1898, filho de Gastão Pinheiro Guimarães e Júlia Maria de Sousa.
 Foi diretor artístico da gravadora Victor quando esta acabara de chegar ao Brasil. 
 Participou de inúmeras gravações, e suas primeiras, foram com 27 anos de idade. Abandonou a carreira artística em meados de 1950.
    DESIDÉRIO PINTO MACHADO - Violonista e cantor, citado por Alexandre Gonçalves Pinto.
    HORÁCIO TEBERGE - Violonista e cantor, também citado por Alexandre Gonçalves Pinto ("O Chôro").

   DILERMANDO REIS (1916~1977) - Ainda criança, começou a aprender violão com o pai, e aos 15 anos de idade já era conhecido como o melhor violonista de Guaratinguetá. Com essa mesma idade, tornou-se aluno de Levino A. Conceição depois de assistir um de seus concertos, em seguida começou a acompanhá-lo.
 Foi um dos mais importantes violonistas brasileiros. Atuou como instrumentista, professor de violão, compositor, arranjador, e deixou uma obra vultosa e versátil.

     LAURINDO DE ALMEIDA (1917~1995) - Interessou-se pelo violão desde a infância, aprendendo suas primeiras lições com a mãe (pianista amadora). Lutou na Revolução de 1932 em São Paulo, e conheceu o violonista Garoto no hospital, enquanto recuperava-se de ferimentos de guerra. Por volta de 1944, foi viver nos Estados Unidos, onde se tornou conhecido como o violonista da orquestra de Stan Kenton. Ao todo, ganhou seis Grammy (considerado o Oscar da música americana).

     ANÍBAL AUGUSTO SARDINHA, "GAROTO" (1915~1955) - Violonista, compositor e multi-instrumentista, seu primeiro instrumento foi um banjo, dado por seu irmão. 
 Seu ingresso na vida artística deve-se inicialmente ao cantor Paraguassu, com quem fez suas primeiras gravações e excursões pelo interior de São Paulo.
 Em outubro de 1939, destacou-se naturalmente, e se tornou um sucesso a parte enquanto acompanhava a cantora Carmem Miranda nos Estados Unidos, .
 Sem dúvida, foi um dos grandes instrumentistas brasileiros. Deixou para o violão composições da maior relevância do ponto de vista técnico e musical, aliando à harmonização sofisticada e de extremo bom gosto, uma linha melódica de contornos modernos e tipicamente brasileiros, sempre com grande musicalidade e beleza. Diziam que Garoto fazia música para músicos.



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