terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O Negócio da Música

 Mesmo pouco perceptível, a música é uma das manifestações artísticas mais entranhadas na sociedade, presente em todos os grupos sociais e em diferentes faixas etárias.
 A música está presente todo ano e em todo lugar: em casa, no trabalho, nas ruas e, principalmente, no lazer. Além dos shows, ouve-se música em aparelho de som, rádio, televisão, cinema, computador,, celular, bares, restaurantes, consultórios, elevadores, supermercados, estádios, colégios, festas particulares, eventos oficiais e comemorações de todo tipo.
 Chris Anderson relatou em seu livro "A Cauda Longa", que o negócio da música compõe milhares de nichos. Música para ninar, música para brincar, música para dançar, música para se apaixonar, música para protestar, música para relaxar. Do brega ao jazz, do axé ao MPB, do pagode ao blues, do forró à música clássica, do sertanejo ao rock. Não há mais o grande mercado, o grande hit, a grande estrela da música. Existem milhares de micromercados, de mini hits e de artistas satélites.
 O negócio da música está repleto de atores. São artistas, técnicos, produtores, empresários, profissionais liberais, afora a mídia publicitária e os veículos informativos. Existem empresas que fornecem produtos e serviços, órgãos e entidades que regulam e fiscalizam o setor. Essa cadeia de pessoas, processos, produtos e serviços - além do público consumidor - forma o que se chama indústria da música, e emprega milhares de pessoas no mundo inteiro.

Oportunidades de Negócios


 Da mesma forma que a maioria dos iniciantes em futebol sonha em ser um jogador profissional, quase todo jovem músico sonha fazer sucesso com sua banda e obter renda através desse trabalho. Porém, a minoria alcança esse sonho. Sob a ótica deste fato, o músico precisa ampliar sua visão acerca das possibilidades que sua atividade oferece, pois nem só de banda vive o músico.
 É preciso lembrar que essa profissão possibilita uma diversidade de projetos, às vezes uns esteticamente distintos dos outros.
Isto é uma vantagem, porque sua renda pode ser captada com a soma de todos os trabalhos, reduzindo o grau de incerteza da sua remuneração mensal, já que não existe dependência econômica de apenas um projeto específico. Pode (e deve) haver o projeto principal, mas este não pode ser o único a lhe retribuir financeiramente. Também é uma precaução contra a possibilidade do projeto principal vir a ser encerrado no futuro, de forma abrupta, e o músico ficar sem outra opção de rendimento.
 O médico, por exemplo, possui vários trabalhos - plantão aos domingos, ambulatório à tarde durante a semana, plantão à noite duas vezes por semana em outro hospital, atendimento pela manhã três vezes por semana em clínica particular, e assim por diante. Da mesma forma, o músico precisa enxergar várias possibilidades de trabalho na área musical. 
 Segue algumas oportunidades mais comuns de negócios, direta ou indiretamente, na indústria da música:

 - banda autoral;
 - banda tributo ou cover;
 - banda ou orquestra de baile;
 - sonorização para eventos;
 - montagem de estrutura;
 - empresariamento artístico (management);
 - agenciamento (booking);
 - produção executiva (show ou disco);
 - produção de turnê (tour management);
 - técnica (som, luz, palco);
 - direção artística (disco ou show);

 - casa de show, teatro, boate, bar (música ao vivo);
 - produção fonográfica (gravadora);
 - edição musical (editora);
 - distribuição de discos (distribuidora);
 - comércio de discos, DVD e afins;
 - comércio de instrumentos, equipamentos e acessórios;
 - fabricação e reparo de instrumentos, equipamentos e acessórios;
 - composição (autor);
 - instrumentista ou intérprete (tocando/cantando/gravando para terceiros);
 - cantor independente (voz e violão);
 - arranjador;
 - maestro;
 - trilha sonora (publicidade, jogos, teatro, cinema, moda);
 - DJ (rádio, show, festa, boate);
 - sinfônica (emprego público);
 - ensino (licenciatura);
 - estúdio de ensaio;
 - estúdio de gravação;
 - estúdio móvel;
 - mixagem;
 - masterização;
 - replicação de mídia (vinil, DVD, CD);
 - organização de eventos (festivais, concursos, prêmios, shows);
 - marketing cultural (elaboração e captação de projetos musicais);
 - design (capas de disco e material gráfico);
 - web (programação ou design para o setor);
 - assessoria de imprensa (especializada em música);
 - produtora de vídeo (clipes, documentários, DVD's);
 - tecnologia da informação (produtos para o setor).
 Lembrando que uma opção não exclui a outra, e considerando também as características e aspirações pessoais, a ideia é que o músico preencha sua agenda com trabalhos ligados à atividade musical, de forma geral, sem se prender unicamente ao trabalho com banda autoral. Ou seja, assim como aconselha um prudente gerente bancário, o músico deve diversificar seus investimentos.



Música Ltda - O Negócio da Música para Empreendedores
(Leonardo Salazar). Editora SEBRAE;