quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

08h23. Paco de Lucia

   Exatamente as 08h23min., Tessarin (mestre, amigo e excelente violonista) envia uma mensagem para meu celular com a seguinte notícia:
   "Paco de Lucia morreu hoje de madrugada, em Cancún no México, de um ataque cardíaco, aos 66 anos".
   Perplexo e triste, minha primeira reação foi verificar através dos meios de comunicação sobre o ocorrido, e infelizmente a notícia se mostrou presente.
   Paco foi traído pelo seu coração quando estava em Cancún, no México. Victoriano Mera, amigo do guitarrista/violonista, disse que Paco estava brincando com os filhos numa praia de Cancún quando começou a sentir uma indisposição. Foi vítima de um ataque cardíaco tendo chegado sem vida a um hospital.
   Paco de Lucia, começou tocar aos sete anos e aos oito vivia para guitarra, chegando a praticar 14 horas por dia. De uma família ligada ao flamenco, ele era o mais novo de cinco irmãos.
   Não sei se digo "apresentou" ou "presenteou" o público brasileiro por algumas vezes, trazendo através do violão, sua música, sua técnica, sua força e uma tremenda fluidez nos dedos. Podemos conferir sua presença na canção "Oceano" do compositor Djavan, assim como, sua virtuosidade no vídeo abaixo, interpretando Tico-Tico no Fubá.



   Paco De Lucia era considerado um dos maiores violonistas da história e do mundo flamenco.
   Pode-se dizer que, hoje o mundo do violão e da música ficou órfão de mais um excelente músico.
   

site: TSF (http://www.tsf.pt)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Fase de Ouro da Música Popular Brasileira

   Eu e você leitor nos encontramos agora na América do Norte e estamos em abril de 1925. Acabamos de esbarrar com a "Ortophonic Victrola", a primeira vitrola elétrica munida de "pick up" eletro-magnético, amplificador de válvulas e alto falante.
   Mas, o que isso tem a ver com nossa música?
   Em 1927, com a chegada dessas primeiras vitrolas elétricas no Brasil, os primeiros discos elétricos também foram lançados, iniciando assim a denominada "Fase de Ouro" (1927~1946) da música popular brasileira.
   Neste período surgiu o microfone e o alto-falante, com isso, cantores não precisavam mais gritar e ouvintes não precisavam apurar seus ouvidos ao apreciar as cantorias. Podia-se agora cantar e ser ouvido naturalmente sem ser tenor, barítono, etc. Mário Reis, que tinha pouca potência na voz, foi o primeiro cantor a perceber que os tempos estavam mudados. Iniciou-se então um novo jeito de se cantar, um estilo mais espontâneo e lépido que formaria escola.
   Eis alguns cantores dessa época: Mário Reis, Carmem Miranda, Moreira da Silva, Noel Rosa, Orlando Silva, etc.
   A música está destinada a novos rumos, e a arte que até então era  praticada mais por amor e prazer, começa a se tornar um bom negócio, e as composições começam a render dinheiro.
   Apareceram falsos compositores que passaram a especular esse novo meio de endinheirar. Compravam ou entravam em parcerias de letras e músicas.
   Também surgiu a chamada "caitituagem", ou seja, os compositores pagavam discotecários e programadores para tocar incessantemente suas músicas, dando-lhes muitas vezes como pagamento, parceria.
   A chegada da vitrola facilitou o acesso a música americana, e esta por sua vez, começou a exercer influências em grandes proporções. Percebe-se na gravação da música "Copacabana", que Dick Farney canta em português mas entoa como americano.
   Mais tarde, o bolero exerce intensa influência. O baião aparece e se propaga, virando uma epidemia. Já o samba clássico começa a ficar antiquado, sendo considerado "quadrado".
   A música popular brasileira inicia sua transição para uma nova fase, é a chamada "fase moderna" em meados de 1946.
   

Panorama da Música Popular Brasileira (Ary Vasconcelos)