segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Francisco e Dilermando

   Anos atrás ganhei um livro de um aluno, o sr. Valdir. Agradeço muito por ceder-me a oportunidade de ler essa biografia do icônico violonista brasileiro, Dilermando Reis.
    Ao folhear algumas páginas, encontrei um pequeno trecho da história entre Dilermando e um cantor tal qual não imaginava ter convivido com o lendário violonista. Esse cantor é avô de um dos meus alunos. 
   Essa postagem dedico a família do cantor, que me acolheu com muito respeito; e ao Sr. Valdir que me presenteou com essa leitura.

Francisco Petrônio


   Francisco Petrônio, ex-motorista de táxi, começou a carreira artística tarde, aos 38 anos, por sugestão de um freguês, Nerino Silva, que trabalhava na rádio Tupi de são Paulo.
Francisco e Dilermando
   Francisco foi fazer um teste para cantor, concorrendo com 22 candidatos. Isso aconteceu numa terça-feira. Na quarta-feira ele já estava participando da programação da emissora, pois fora selecionado como o melhor. Isso ocorreu em 1961.
Long-Play "Cantando no Ponto"
   Airton Rodrigues convidou Petrônio para cantar em seu programa de TV "Cantando Com as Estrelas". Na ocasião ele recebeu o título de "Voz de Veludo".
   Quando o Sr. Palmeira assumiu a direção artística da Continental Discos, produziu um LP com o cantor, chamado "Cantando no Ponto". Com esse disco ele recebeu os prêmios "Chico Viola" e "Roquete Pinto".
   Planejando gravar uma série de serestas, o Sr. Palmeira pediu a participação do violonista Dilermando Reis, que fez questão de primeiro ouvir o cantor, tendo Petrônio vindo ao Rio de Janeiro somente para essa finalidade.
Capa do primeiro LP da
dupla Dilermando e Francisco
   Após o encontro dos dois, Palmeira deu início à produção do disco com o título: "Uma Voz e Um Violão em Serenata". O gênero seresta já estava sufocado pelos conjuntos da "Jovem Guarda" e pelos cantores e compositores da Bossa Nova.
   A ausência de discos com músicas seresteiras provocou um sucesso inesperado do disco. A vendagem do LP foi tão grande, que a Continental resolveu produzir uma série, que chegou a sete LPs. Depois que o cantor paulista começou a gravar com Dilermando Reis, seu nome passou a ficar conhecido em todo o Brasil.
Francisco Petrônio e Dilermando na época
que deram início as gravações da série:
"Uma Voz e Um Violão em Serenata"
   O texto da contracapa do LP, escrito por Kalil Filho, produtor da Rádio Tupi de São Paulo, foi extraído de uma entrevista concedida pelo cantor Kalil. Nesta entrevista ele pergunta ao cantor:
   - "Quem é o violonista que o acompanha nesse disco?"
   E Francisco Petrônio responde:
   - "É o professor Dilermando Reis, e com esse acompanhamento eu concretizei um sonho, o sonho de todo cantor brasileiro que gosta de seresta. Dilermando Reis é uma orquestra brasileira de cordas e percussão".
   O último LP dessa maravilhosa série foi lançado no ano de 1975, entretanto no mesmo ano foi lançado um LP com um apanhado de gravações anteriores, que teve o título "O Melhor de uma Voz e um Violão em Serenata".


Fonte                    
Dilermando Reis, Sua Majestade o Violão. Vida e Obra;

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Aula de Cavaco

    Roberto de Araújo, aluno de cavaco da escola de música Liverpool.
   Muito bom poder ajudá-lo a realizar seu desejo de aprender a tocar cavaquinho.
   Neste encontro tocamos a música "Direitos do Otário", interpretada pelo cantor, compositor, violonista e percussionista José Bezerra da Silva, um dos expoentes do samba de partido-alto.
   Bezerra estudou violão clássico por oito anos, e diga-se de passagem que foi um dos poucos partideiros da sua geração que lia partitura.