segunda-feira, 27 de maio de 2013

Curiosidades sobre a canção "Pelo Telefone"

   Aurelino Leal (chefe de polícia na época) dera uma ordem, pelo telefone, para que fossem fechadas as casas de jogo. Mas o jornal "A Noite", querendo desmoralizar o chefe de polícia, provando que a ordem era inoperante e que a jogatina continuava franca, instalou várias roletas de papelão em pleno dia no Largo da Carioca, em frente da redação do seu jornal, e mandou os jornalistas Castelar de Carvalho e Eustáquio Alves, fazerem uma reportagem sobre o assunto.
   "Pelo Telefone"  (primeiro samba de sucesso) teve muitas paródias, servindo até de anúncio:
 
...O chefe da folia pelo telefone mandou-me dizer
Que há em toda parte cerveja Fidalga para se vender...
 
 
   A grosso modo, pode-se dizer que "Pelo Telefone" é música de Donga, com letra de Mauro de Almeida. O primeiro verso (música e letra), não é, porém, nem de um nem de outro, conforme depoimento prestado pelo próprio Donga à Ary Vasconcelos.
 
...O chefe de polícia pelo telefone mandou-me avisar
Que na carioca tem uma roleta para se jogar...
 
   Donga declarou que esse verso lhe foi dado na casa de Tia Ciata por um certo Didi da Gracinda.
   O registro da parte de piano é de 16 de dezembro de 1916 e a 4 de fevereiro de 1917 saía nos jornais uma reclamação assinada por João da Mata, Mestre Germano, Tia Ciata e Hilarino, acusando Donga de ter se apropriado indébitamente de um samba deles.
   O fundamento da acusação teria sido válido, se reclamado por Didi da Gracinda (o verdadeiro doador) e não pelos quatro reclamantes.
 
 
Panorama da Música Popular Brasileira (Ary Vasconcelos)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Estudando com concentração

   As condições físicas, psicológicas, emocionais e ambientais, são fatores que influenciam muito a qualidade e a intensidade da concentração.
   Um fator que favorece a dispersão é o cansaço mental. Depois de um determinado período de concentração, o cérebro necessitará diminuir o ritmo de suas atividades (descansar) para poder recompor suas energias.
   Assim como quando corremos muito, nossas pernas se cansam e diminui a capacidade de correr, quando nos concentramos demasiadamente, nosso cérebro também se cansa, resultando na diminuição da capacidade de concentração.
   Cada pessoa tem o seu próprio ritmo e limite, por isso quando sentir que a mente está muito cansada, é aconselhável descansar. Insistir no estudo com a mente exausta faz com que a capacidade de aprender seja reduzida tanto na qualidade como na quantidade, e o rendimento desse tempo de estudo se torne bem abaixo de sua capacidade. Portanto é muito mais produtivo estudar 1 hora com a mente descansada do que estudar 3 horas com a mente exausta.
   Qualquer emoção mais forte, tanto positiva quanto negativa, tende a sabotar o controle do direcionamento da nossa atenção.
   Os quatro sentimentos mais comuns que costumam atrapalhar nossa concentração são: a preocupação, a raiva, a alegria e a tristeza. 

 
    A preocupação é prejudicial quando se torna obsessiva, sem necessidade e começa a intrometer-se na tentativa de dirigir a atenção para outras atividades. Ao sentir-se preocupado, pense se é uma preocupação necessária, útil e solucionável. Caso possa solucionar o problema antes de estudar, solucione! Se não houver solução imediata, anote o que precisa ser resolvido e concentre-se no estudo.

    Ao sentir raiva, o cérebro tem duas reações: a primeira gera um rápido surto de energia que prepara o corpo para lutar ou fugir. A segunda reação prepara o cérebro emocional para um estado de prontidão que pode durar horas, e dependendo da raiva, até dias. Sendo assim, quando estiveres com raiva, tente enxergar o que a originou e extraia os pontos positivos do acontecimento. Fixando os pensamentos somente na raiva, não amenizará sua intensidade.
  A tristeza tira o nosso interesse por diversões e prazeres, prende a atenção na perda ou na dor e tira nossa vontade de iniciar novas atividades. Uma dica para quando se sentir assim, é pensar que: como não possuo meios para alterar esse sentimento, se eu estudar pelo menos estarei utilizando esse momento de dor para me desenvolver, dessa forma provavelmente me sentirei melhor no futuro.
    Na alegria, o coração bate mais depressa, a energia liberada pelo cérebro exalta tanto o corpo como a mente, e sentimos uma imensa sensação de prazer, podendo desviar a concentração. Como é muito bom estarmos com esse sentimento, quando for estudar o ideal é tentar amenizá-lo até um ponto que não atrapalhe o foco de atenção no estudo.
   Então, foco nos estudos e bom trabalho. Grande abraço!

 
 Tocando com Concentração e Emoção (Marcia Kazue Kodama)

domingo, 5 de maio de 2013

Samba e sua origem

   Entre 1889 e 1927 no Brasil, alguns gêneros musicais que estavam em voga foram: a modinha, o lundu, a polca, a quadrilha, a valsa, o scottish, etc. Também neste período surgiu um novo gênero que  se tornaria um dos grandes da música popular brasileira, o Samba.

   No "Dicionário do Folclore Brasileiro" de Luís da Câmara Cascudo, encontra-se uma possível origem para a palavra samba: Provinda de Semba, umbigada em Luanda.
    Dizemos que há raízes africanas no samba, pois é fácil compreender que com a vinda dos escravos africanos para o Brasil, suas músicas e suas danças também chegaram em nossas terras, e ao que tudo indica, foi na Bahia onde começaram a surgir as primeiras sessões de samba, ou seja, danças de negros, sagradas e profanas.
    Essas danças foram aos poucos tomando forma autônoma, distinguindo-se das danças africanas originais.

   Mais tarde, baianas como Tia Ciata, Tia Amélia (mãe de Donga), Tia Presciliana de Santo Amaro (mãe de João da Baiana) , Tia Verdiana (mãe de Chico da Baiana), Tia Mônica (mãe de Pendengo e da baiana Carmen), Tia Gracinda, e baianos como Hilário da Jardineira, transferiram-se para o Rio de Janeiro e continuaram a promover em suas casas sessões de Candomblé.
   A partir de 1870, pelo cruzamento ou influência recíproca e sucessiva do Lundu, Polca, Habanera, Maxixe, e Chôro, começaram a aparecer músicas que tendiam ritmicamente para o samba: "Moqueca, Sinhá" (1870, espécie de Lundu), "As Laranjas de Sabina" (1888), "Morte do Mal" (1893), "Não Deixa Tirar" (1902) e "Vem Cá Mulata" (1906). O primeiro samba (samba de partido alto) gravado foi "Em Casa da Baiana", de autor desconhecido e executado por um conjunto instrumental, provavelmente em 1911.
    Em 1914, com a canção "A Viola Está Magoada", gravada por Baiano, Júlia e o Grupo da Casa Edison, é usada novamente neste disco a denominação "samba".
  Contudo, o primeiro samba de sucesso foi "Pelo Telefone", de Donga e Mauro de Almeida. Esse samba foi lançado para o carnaval de 1917, gravado inicialmente pela Banda Odeon e posteriormente por Baiano.


Panorama da Música Popular Brasileira (Ary Vasconcelos)