domingo, 28 de fevereiro de 2021

Períodos do Jazz

Early Jazz/New Orleans & Chicago Style Dixieland (1920 ~ 1930)


 Use de improvisação coletiva (polifonia). Linha de frente no trompete (ou corneta), clarinete, trombone.
 O estilo de New Orleans normalmente incluía banjo e tuba, mais tarde substituídos por guitarra e baixo de cordas no estilo Chicago.

 O estilo Chicago também adiciona saxofone à frente da linha. A bateria moderna surge quando músicos de Nova Orleans começam a consolidar a seção de bateria (baixo, caixa, pratos) comumente encontrados nas primeiras bandas de música de Nova Orleans.

 Louis Armstrong (trompete), Bix Beiderbecke (corneta) Jelly Roll Morton (piano/compositor), Sidney Bechet (sax soprano, clarinete) Earl "Fatha" Hines (piano) são alguns nomes deste período.

Era do Swing/Big Band (1930 ~ 1945)

 
 Período muito popular na história do jazz. Grandes conjuntos, menos improvisação, mais ênfase em arranjos escritos, assim como no showmanship (uniformes da banda, tema canções, logotipos em estantes, coreografias, cantores). Desenvolvimento de seções (saxofones, trompetes, trombones, ritmo) baseado no modelo inicial da linha de frente no estilo de New Orleans/Chica Dixieland.

 Sensação de swing mais suave (tempo estável quaternário com ênfase nos tempos 2 e 4; walking bass, uso frequente do ride cymbal).
 As características dos padrões de arranjos de big band podem incluir: Tutti (todas as trompas tocando uma linha melódica em harmonia); Soli (uma seção apresentava tocando uma linha melódica em harmonia); Shout Chorus (seção tutti climática no final do arranjo); abertura de seção transversal (uma linha melódica harmonizada e expressada por instrumentos de diferentes seções da banda); Riffs (padrão melódico repetido e/ou rítmo curto).

 Duke Ellington (piano/compositor), Count Basie (piano/band leader), Coleman Hawkins (sax tenor), Lester Young (sax tenor) Roy Eldridge (trompete) são alguns nomes deste período.

Bop (1945 ~ 1950)


 Pequenos conjuntos (trio, quarteto, quinteto) concentrados na improvisação em vez de tocar os arranjos complexos.
 Melodias angulares e complexas geralmente tocadas em uníssono. fraseados longos e irregulares. Andamentos geralmente mais rápidos do que no swing. ênfase no virtuosismo e na técnica instrumental. O baterista se tornou mais interativo com o solista. Uso de linhas melódicas escritas sobre padrões de progressões de acordes, alé da complexidade harmônica usando substituições nas progressões padrão.

 Charlie Parker (sax alto), Dizzy Gillespie (trompete), Bud Powell (piano), Thelonious Monk (piano/compositor), Max Roach (bateria), Dexter Gordon (sax tenor) J. J. Johnson (trombone) são alguns nomes desta época.

Cool (1950 ~ 1955)


 Abordagem calma e sem pressa na improvisação. Texturas mais finas, suavidade na dinâmica e no fraseado melódico.

 Os músicos tendem a tocar com um tom mais leve e menos áspero, utilizando pouco vibrato (por influência de Lester Young). Bateristas dão ênfase nas vassourinhas e menos bumbo.
 Os arranjos são mais intrincados, com foco na composição.
 Nova instrumentação é utiizada como: flauta, trompa, violoncelo, oboé, etc. Um interesse coletivo pela improvisação é renovado, assim como a influência do blues é menos óbvia.

 Miles Davis (trompete), Dave Brubeck (piano/compositor), Paul Desmond & Lee Konitz (sax alto), Garry Mulligan (sax barítono/compositor), Modern Jazz Quartet, Stan Getz (sax tenor), Gil Evans (piano/compositor) são alguns nomes deste período.

Hard Bop (1955 ~ 1960)


 Estilo bruto e duro com ênfase emocional. Uso extensivo da música gospel e do blues. ênfase no "groove" (funky), na dançabilidade e no rítmo "shuffle". Elementos latinos e uma sensação de colcheia "reta" às vezes. 

 Andamentos um pouco mais lentos e melodias mais simples que no período Bop. Principalmente músicos negros de New York, Detroit e Philadelphia.

 Art Blakey (bateria) & The Jazz Messengeres, Horace Silver (piano), Sonny Rollins (sax tenor), Clifford Brown (trompete), Cannonball Adderley (sax alto) Charles Mingus (baixo/compositor), Benny Golson (sax tenor/compositor) & Jezztet, Miles Davis (trompete & "classic" quintet (1955-1959).

Free Jazz/Avant Garde (década de 1960)


 Formas livres ou abertas. Melodias geralmente completam improvisações. Falta de predefinição nas mudanças de acordes. Texturas normalmente densas e com performances de muita energia.

 Improvisação coletiva naturalmente mais dissonante, atonal. Muitas vezes os os conjuntos omitem o uso de um piano ou instrumentos harmônicos. Instrumentos e instrumentações experimentais.
 Uso de sons não ortodoxos (gritos, ruídos, etc) e técnicas estendidas (registro altíssimo, multifônico, etc). Interesses por conceitos musicais não ocidentais e compositores clássicos do século XX, como John Cage e Karlheinz Stockhausen.

 Ornette Coleman (sax alto/compositor) Cecil Taylor (piano/compositor, Albert Ayler (sax tenor), Anthony Braxton (sax/compositor) são alguns nomes do gênero.

Fusion/Jazz Rock (década de 1970)


 Uso extensivo de instrumentos eletrônicos: piano elétrico (Fender Rhodes), sintetizadores (vários teclados), baixo elétrico, guitarra, modificações eletrônicas em instrumentos acústicos.
 Foco de atenção na seção rítmica. Mais atenção na tecnologia de gravação de estúdio e no processo de gravação. 

 Harmonia, muitas vezes são simples repetições de acordes (harmonia estática, vamps).
 As linhas de baixo costumam ser repetitivas. As músicas variam desde melodias simples com vamps e formas abertas até composições complexas. Os saxofones são usados com mais frequência. 

 Miles Davis (trompete/bandleader: In a Silent Way), Chick Corea (Keyboard/leader: Return to Forever), Weather Report (group),      (guitar/leader: Mahavshnu Orchestra) figuram alguns nomes.

Ecleticismo (década de 1980 & 1990)


 Nenhuma tendência estilística dominante surgiu nas décadas de 1980 ou 1990. Em vez disso, uma continuação de estilos anteriores, cruzamentos e novos estilos comumente derivados de várias fontes. Algumas tendências notáveis dentro desse ecletismo parecem ser:

 1. uma sofisticação adicional do jazz eletrônico por meio do uso de computadores;
 2. um movimento neo-bop e neo-tradicionalista ressurgente (neo-classicismo);
 3. técnicas instrumentais e vocais expandidas;
 4. grande envolvimento de mulheres;
 5. o crescimento do jazz europeu e da "world music".

 Algumas referências deste período são: Pat Metheny Group (fusion band), Michael Brecker (sax tenor) Winton Marsalis (trompete/compositor), Joe Lovano (sax tenor), Kenny Garrett (sax alto), Don Byron (clarinete/compositor), Dave Douglas (trompete/compositor), Bobby McFerrin (voz), Steve Coleman (sax alto), Cassandra Wilson (voz), Dave Sanborn (sax alto), Chick Corea's Elektric Band (fusion band), John Scofield (guitarra), Keith Jarret Trio (acoustic jazz trio).



An Outline History of American Jazz (Sharp, Snyder & Hischke)