quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Van Halen

 Revirando a estante, encontrei uma matéria sobre o poder da guitarra de Eddie Van Halen, um dos fundadores da banda que influenciou e influencia inúmeras outras. Espero que apreciem a leitura. 

 Eddie Van Halen


  A história da guitarra passa por ele, pois o líder do Van Halen reinventou a maneira de tocar guitarra. Sua importância foi definitiva para o desenvolvimento do instrumento e sua influência é observada até hoje, em bandas surgidas nos mais longínquos lugares.
 Vários foram os motivos para que Eddie Van Halen se tornasse um mito ainda em vida. E eles estão espalhados ao longo dos discos a seguir.
 Van Halen (1978): entre as canções, encontramos “Eruption”, que se tornou um divisor de águas na história da guitarra, no mesmo grau de importância que o primeiro álbum de Jimi Hendrix, “Are You Experienced?”.
 Women and Children First (1980): a partir deste disco, Eddie começou a enriquecer ainda mais seu vocabulário harmônico, com nuances de dinâmica até então ausentes.
 Fair Warning (1981): as harmonias, melodias, refrões e conduções rítmicas eram inusitadas dentro de um padrão musical até então estático. Eddie chegou a entortar o cérebro de muito guitarrista na época, tamanha quantidade de rítmos quebrados, solo com métricas esquisitas e “barulhos do além”.
 1984 (1983): as brincadeiras de Eddie nos teclados finalmente tomaram a forma de canções propriamente ditas em 1984, tanto na faixa-título de abertura como em temas que, posteriormente, se tornaram hits, como “Jump” e “I’ll Wait”.
 For Unlawful Carnal Kowledge (1991): cansado das críticas dizendo que o Van Halen havia se tornado um pastiche de si próprio, Eddie resolveu botar pra quebrar. Junto a Ted Templeman, elaborou o disco com o título explicando por extenso o termo “fuck” (um claro recado para seus detratores), o álbum é uma verdadeira coleção de canções poderosas e extremamente bem arranjadas.

O Começo de Tudo


Família Van Halen
 Se na década de 1970 o Led Zepellin era relacionado aos maiores espetáculos ao vivo, a grandes álbuns de estúdio e a muitas festas e confusões, sem falar na grande habilidade musical dos integrantes, na década seguinte, somente uma banda preencheu esses requisitos: o Van Halen.
 O Van Halen chamou muito a atenção pelo talento de seu grande e inovador guitarrista e pela extravagância e carisma de David Lee Roth, o vocalista.
 A história da banda tem início na Holanda, onde nasceram Alexander Arthur Van Halen e Edward Lodewijk Van Halen, filhos do clarinetista Jan Van Halen.
 Ambos filhos estudaram piano clássico desde cedo, mas assim que a família mudou-se para Califórnia, Alexander e Edward começaram a ouvir coisas mais populares e iniciaram seus estudos em outros instrumentos.
David Lee Roth e The Red Ball Jets
Michael Anthony
 Quando terminaram o colégio, começaram a tocar com diversas bandas. Nessa época precisaram locar um equipamento de P.A. pertencente a David Lee Roth, que tocava na banda The Red Ball Jets, e Eddie (Edward) convenceu Lee Roth a cantar em sua banda chamada Mammoth.
 Certa noite, dividiram o palco com a banda Snake e seu baixista/vocalista chamado Michael Anthony foi convidado e convencido a integrar o grupo Mammoth.
 Como o nome Mammoth já era usado por outra banda, após inúmeras sugestões, o quarteto finalmente foi batizado como Van Halen.

Primeiros Passos Rumo ao Sucesso


Ted Templeman
(em pé a esquerda)
 Em 1976, o quarteto tocou incansavelmente no circuito de Los Angeles, até serem vistos por Gene Simmons (KISS) que incentivou o quarteto a gravar uma demo. Contudo, nenhuma gravadora despertou interesse pelo trabalho.
 Após um ano, Ted Templeman (produtor da Warner Brothers) espantou-se ao ouví-los e não sossegou até o momento de assinar com a banda. Em 1978 a música do grupo repercutiu localmente e o talento de Eddie chamou a atenção pelas novas técnicas de guitarra que ele trazia. Os efeitos de “Two Handed Tapping” e “Pull-Off” já eram patentes em seu estilo. Um guitarrista que esbanja vivacidade e criatividade somado aos vocais de David Lee Roth, fez a banda alavancar e influenciar inúmeras outras.
 Durante os anos seguintes, o grupo trabalhou incessantemente em novos lançamentos e diversos shows.
 Em 1981, Eddie fez um fenomenal solo de guitarra na música “Beat It” de Michael Jackson. A canção tocou tanto nas rádios que o guitarrista começou a ficar conhecido mundialmente.
Irmãos Van Halen
 Por volta de 1984, com a banda no centro das atenções, os atritos entre Eddie e David eram constantes e em 1985 o vocalista já não era mais um dos integrantes. Desde então, iniciou-se a difícil tarefa de encontrar um vocalista à altura.

Eddie e Sammy
 Nesta mesma época, o Lamborghini do guitarrista precisou de reparos. Eddie então, levou sua máquina em uma autorizada. Chegando lá, comentou com o proprietário que estava a procura de um novo vocalista. Este, por sua vez, disse que o carro de um certo Sammy Hagar também estava encostado lá para reparos, e que na ocasião, Sammy promovia sua carreira-solo. Eddie fez o contato e agendou um ensaio sem compromisso. O entrosamento foi tão satisfatório, que o novo “front-man” do Van Halen se deu por escolhido.

Mais uma década de História


 Em 1991, o álbum "For Unlawful Carnal Knowledge" direcionou novamente os holofotes e teve uma vendagem espetacular.
 Os shows da turnê foram grandiosos e lotaram grandes estádios pelos EUA.
 Em 1994, Hagar e Eddie começaram a se desentender durante as gravações do álbum "Balance". O Van Halen realizou ainda uma pequena turnê e ao fim da temporada, o vocalista pediu um tempo para se dedicar à mulher e a família.
Cherone, Eddie, Michael e Alex
 Em 1996, com o retorno de David Lee Roth, a banda lançou o "Best of Van Halen, Vol. 1". Mas não demorou muito para que os velhos desentendimentos viessem à tona. A coletânea vendeu muito, mas o futuro do grupo era incerto.
 Em 1998, agora com Gary Cherone (do Extreme) nos vocais, lançaram o "Van Halen III". Devido ás baixas vendagens e a pouca repercussão que o álbum obteve, Gary também caiu fora.
 Após esta fase, a situação tornou-se cada vez mais instável e os últimos capítulos dessa época apontaram um Van Halen fora da Warner e sem gravadora.


Regis Tadeu e Haroldo Neto, Cover Guitarra 104 – Agosto 2003.