COMPOSITOR

Os autores que não tem cumplicidade com o passado e são de espírito renovador e corajoso, começam aqui suas estórias. Os autores são todos diferentes entre si porque o número de bons e aptos é muito menor que o dos incapazes e inaptos. É possível que um grande grupo de ignorantes consiga derrubar os méritos e obscurecer o valor dos bons. Mas se agir assim estará cavando sua própria sepultura. São os autores de valor e capacidade que impõe respeito à classe e dirigem a massa. É importante observar que na natureza não há duas coisas exatamente iguais. Há os que querem generalizar, mas isto no sentido criativo é o maior absurdo.
A vida de um artista-compositor deve ser respeitada e considerada pela grandeza do seu trabalho e pelos seus rendimentos. Para influenciar uma geração ou mesmo o povo, nada melhor do que a música, principalmente se o autor é privilegiado por uma cultura lúcida e de grande capacidade psicológica, empregando todos esses princípios em suas composições. Melhor ainda quando ele desfruta de grande popularidade. Através de suas composições pregará amor, trabalho, otimismo, respeito, moral, educação, nacionalismo e tudo com rendimento proveitoso. São sementes lançadas hoje para a colheita de frutos num amanhã distante porque a música que uma criança canta em sua infância será a sua companheira por toda a vida.

Todo compositor sabe que é possível compor uma música simples e de grande conteúdo e, ao mesmo tempo, ser de grande beleza e proveito público. A miséria em muitas vidas humanas é em grande parte devida ao efeito psicológico das músicas inúteis que são ouvidas, causando verdadeiros transtornos em vidas nascentes e inocentes.
São esses os trabalhos inúteis de péssimos compositores que danificam as possibilidades dos bons. Os péssimos compositores ficam junto aos bons somente nas discotecas e nos arquivos, mas isso um dia será sanado com inteligência e trabalho. o motivo básico de toda essa inversão de valores é que a classe de compositores não possui uma entidade protetora para lhes dar apoio em suas carreiras artísticas. Só existem organizações arrecadadoras para sugá-los, tirando todo proveito de seus trabalhos.
Mas por que terá ele que ser sempre a vítima massacrada pelos sugadores das sociedades arrecadadoras?
O compositor não pode servir de cobaia nas mãos dos exploradores e diretores das sociedades arrecadadoras. Essas organizações devem ocupar o lugar de simples incidentes na vida dos compositores, caso queiram continuar a existir, devem provar a eficiência de seu trabalhos.

DIREITOS AUTORAIS
O artista é o criador que, com seu dom, lança a semente. Logo aparecem espertalhões das ditas sociedades arrecadadoras de direitos autorais e colocam as suas máquinas organizadas em forma de agentes espalhados por todo território nacional colhendo todos os frutos produzidos. É vergonhoso o que acontece. A diretoria dessas organizações arrecadadoras julga-se dona de tudo que gira em torno desse imenso patrimônio que é a música. Quem compõe a obra é o compositor; quem cria e divulga são os cantores, gravadoras e editoras; quem elege o sucesso é o público, mas quem colhe, cobra e recebe, são as sociedades arrecadadoras que se dizem ser protetoras e defensoras do Serviço dos Direitos Autorais.

As sociedades arrecadadoras no país são: SICAM, UBC ,SBAT, SBACEM e SADEMBRA. Estas são as organizações que fazem as arrecadações sobre as execuções nos estabelecimentos de diversão através de procuradores e agentes em todos os estados e municípios do país.

Resumidamente pode-se dizer que, o compositor cria e semeia a obra, quem cultiva é o artista, quem propaga e e faz com que as obras se tornem famosas é a gravadora e o seu CD, bem como as emissoras de rádio, editores e todos os estabelecimentos de diversão. E quem colhe todos os frutos dos trabalhos é a sociedade arrecadadora, que nada faz em favor do artista.
fonte:
Música Arte-Profissão (Roberto Bueno)