De 1958, com o surgimento da bossa nova, até 1972, fim da era dos festivais, a música brasileira passou por uma fase de renovação e modernização, introduzindo estilos de composições, harmonias e interpretações, determinando uma apreciável linha evolutiva de canções.A presença da numerosa e talentosa geração de artistas, pode ser dividida em duas vertentes. A primeira turma é a da bossa nova: o pianista, compositor e arranjador Antonio Carlos Jobim. Junto a ele, o poeta Vinícius de Moraes, e o cantor-violonista João Gilberto, além de uma leva de artistas como: João Donato, Carlos Lyra, Roberto Menescal, etc. Cita-se Dick Farney, Johnny Alf, Agostinho dos Santos, Lúcio Alves e o conjunto Os Cariocas, como sendo os líderes deste movimento, vindos de um período anterior.
Mesmo passando por tudo isso, a bossa nova já havia aberto as portas do sucesso à geração que estava chegando, e que entram em cena a partir de 1964, tão talentosos quanto os anteriores, realizando à sua maneira a continuação do movimento bossanovista.
Nos próximos oito anos, esses artistas praticamente monopolizaram as principais colocações nos festivais de televisão que, além de lhes proporcionar a oportunidade de se tornarem conhecidos no momento em que se iniciavam profissionalmente, foram de inestimável ajuda para a consolidação de suas carreiras.
Bom lembrar que, paralelamente ao início da bossa nova, registrou-se também um tipo de composição conhecida como sambalanço ou samba moderno (meio termo entre bossa e o samba tradicional), cantado e cultivado por Milton Santos de Almeida, Dóris Monteiro, Luís Bandeira, Luis Antonio, Luís Reis e o baterista Jadir de Castro, que criou uma variante do gênero chamada samba fantástico.
O período de 1958 à 1972 assistiu ainda ao final da canção carnavalesca tradicional. Conforme os custos de produção fonográfica aumentavam, as gravadoras foram se desinteressando por estas produções. A marchinha e o samba de carnaval praticamente desapareceram durante os anos 1960, substituídos pelo samba-enredo.
Em 1972, com o final do grande ciclo de festivais musicais da televisão, pode-se considerar encerrada esta fase de nossa música popular, a mais importante do século XX, ao lado da chamada Época de Ouro (de 1929 a 1945).
Anteriormente a 1950, algumas canções rodaram o mundo, como: Aquarela do Brasil, Tico Tico no Fubá, etc. Porém, a música popular brasileira conquistou a admiração e o respeito de todo o mundo através da geração consagrada nos anos 1960, por sua criatividade e acabamento profissional.
fonte
A Canção no Tempo - 85 anos de músicas brasileiras vol. 2: 1958-1985 (Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello);