A música do século XX deve muito a seus vocais e improvisos inovadores, tornando difícil não empregar o título de gênio.
Mas como um músico de origem tão simples contribuiu tanto para definir os caminhos do jazz?
Mas como um músico de origem tão simples contribuiu tanto para definir os caminhos do jazz?
A Grande Incubadora
Buddy Bolden |
Buddy Bolden's Band |
New Orleans foi terra natal de muitos outros pioneiros e criadores do jazz tradicional, como: Jelly Roll Morton, Sidney Bechet, King Oliver, Kid Ory, Freddie Keppard, e entre inúmeros outros, Louis Armstrong, nascido em 4 de agosto de 1901. A cidade também emprestou seu nome para batizar o primeiro estilo de jazz, o "new orleans".
Salvo Pela Música
A infância de Armstrong em New Orleans, não poderia ter sido mais pobre. Seu pai abandonou a família quando ainda era muito pequeno. O bairro de Jane Alley, onde moravam, tinha o apelido de Battlefield (campo de batalha), por causa de brigas e bate-bocas diários entre cafetões, prostitutas, marginais e viciados que ali frequentavam.
Com 5 anos de idade, sua mãe o entregou aos cuidados da avó, dizendo que precisava morar em outro bairro para conseguir mais dinheiro.
Ainda garoto, em vez de ir a escola e a igreja, preferia fazer bicos e pequenas tarefas que pudessem render algum dinheiro. Nessa época, por volta de 1906, teve a sorte de ouvir o lendário trompetista Buddy Bolden, pouco antes dele ter ido pro manicômio.
Aos 11 anos, o menino formou um grupo vocal com três colegas, que o chamavam de Dipper (redução de Dippermouth, "boca mais profunda"), apelido posteriormente substituído por Satchelmouth ("boca-de -valise").
Louis já sonhava em aprender um instrumento, e economizou cinco dólares para comprar um cornet (versão compacta do trompete) que estava a venda numa loja de penhores. Ao iniciar no instrumento, frustrou-se percebendo que não era fácil extrair os sons, mas o acaso, não apenas resolveu este problema como literalmente, mudou o rumo da sua vida.
Louis Armstrong e Peter Davis |
No reformatório encontrou Peter Davis, professor de música e regente da orquestra da instituição. Louis teve que amargar seis meses até conquistar a confiança do professor que, finalmente, o ajudou a desenvolver a embocadura e a técnica. Poucos anos depois, já chamava a atenção dos músicos mais velhos ao soprar seu cornet com uma energia impressionante.
Anos de Formação
Louis e King Oliver |
Nesta época, conheceu e se aproximou do cornetista Joe "King" Oliver, que lhe deu várias dicas e se tornou seu mentor musical.
Original Dixieland Jazz Band |
O gramofone que conseguiu comprar em 1918, também foi muito útil para sua formação. Nele, divertiu-se bastante ouvindo os discos do Original Dixieland Jazz Band, quinteto que entrou para a história. Mas o interesse de Louis não se restringia ao jazz. Entre seus discos, costumava ouvir gravações de cantores líricos como Enrico Caruso, Amelita Galli-Cursi, John McCormack, entre outros.
Kid Ory |
Fate Marable |
Em 1922 Louis recebe outro convite. Desta vez, deixou New Orleans e foi pra Chicago ser o segundo trompete da Creole Jazz Band , liderada pelo seu antigo mentor King Oliver. Com essa banda Louis fez suas primeiras gravações, e seu talento era tão exuberante, que acabou foi tocar na conceituada orquestra de Fletcher Henderson, em Nova York.
Creole Jazz Band |
Fletcher Henderson Orchestra |
Longos anos dentro do show business como instrumentista, band leader, cantor, músico, ator, o transformaram numa celebridade com sucesso internacional tão grande, que em 1965, nem o pelotão policial do muro de Berlim o impediu de visitar o outro lado da cidade, quando já de madrugada, depois de fazer um concerto em Berlim Oriental. Ao reconhecê-lo, os guardas russos e alemães liberaram a passagem do cantor e de seus músicos. Mas só depois de ganharem um autógrafo.
No início de 1971, seu estado de saúde já era crítico. Além de enfrentar uma úlcera e problema nos rins, tinha acabado de sofrer uma traqueotomia. Mesmo assim, insistiu muito com o médico para que ele não o obrigasse a cancelar um show agendado para março no hotel Waldorf Astoria.
"As pessoas estão esperando por mim. Preciso ir, doutor". Foi seu último show.
Coleção Folha Clássicos do Jazz (Folha de São Paulo);
www.nathanielturner.com;
www.redhotjazz.com;
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