Jogaram tanto confete no entrudo, que ele ficou civilizado
Bastava chegar o carnaval, lá estavam os limões de cheiro, bisnagas d´água, farinha, tinta, quando não baciadas de excrementos e outras agressões. Entrudo, brincadeira de rua, conhecida desde a chegada dos portugueses, era atividade violenta.
![]() |
Entrudo, ilustração de Debret. |
Escravos descontavam as diferenças nos senhores; e senhores ficavam nas sacadas sujando quem passasse embaixo. Não escapava ninguém, até o imperador Pedro I brincava em casa, é claro.
Jornais faziam campanhas pela pacificação da festa, até que, em 14 de fevereiro de 1857, no Rio, O Jornal publica a primeira censura ao entrudo.
Delegado de polícia da corte, Antônio Rodrigues proíbe a brincadeira sob pena de oito dias de cadeia e multa de 4 a 12 mil-réis.
Delegado de polícia da corte, Antônio Rodrigues proíbe a brincadeira sob pena de oito dias de cadeia e multa de 4 a 12 mil-réis.
Não adiantou. Quando chegava o sábado de carnaval, a população não via a hora de ir para a rua se esbaldar, zombando até a Quarta-Feira de cinzas.
Ao longo do tempo, confete, serpentina e lança-perfume abaram civilizando o entrudo.
Num tempo em que mulher só cuidava da casa e dos filhos, Balduína de Oliveira Sayão - Bidu, como ficou célebre - deixou o amparo da família para tentar carreira de cantora lírica. Foi e venceu.
Nascida a 11 de maio de 1902, queria ser atriz. Impedida pela família, estudou canto.
Sua estréia não foi bem recebida: "Não tem voz para salões, quando muito para salinhas", comentaria, impiedoso, o crítico Oscar Guanabarino. A voz "pequena" não a intimidou.
Estudou na Romênia e na França. Aprendeu a usar a voz; seu canto surpreendia pela clareza e pureza. Chamada "rouxinol" por Mário de Andrade, tornou-se a personalidade brasileira de maior projeção no canto lírico internacional.
Apresentou-se nas maiores casas da Europa e, nos Estados Unidos, integrou o elenco do Metropolitan de Nova York até aposentar-se, em 1957.
Às novas cantoras, aconselhava: "A voz é um instrumento de precisão, do qual não se deve abusar. Se estraga, não há conserto.
Em 1995, foi enredo da Beija-Flor e musa do carnaval carioca, desfilando na Marquês de Sapucaí. Morreu a 12 de março de 1999, com quase 97 anos.
Em 12 de julho de 1997, o samba Coisinha do Pai, na voz de Beth Carvalho, chega a Marte para "acordar" o robô da sonda espacial Sojouner, da Nasa.
A engenheira brasileira Jacqueline Lyra, que trabalhava no projeto, tinha a tarefa de acioná-lo por meio de som.
Assim costumava acordar os astronautas, com clássicos de Frank Sinatra, Pink Floyd, Ray Charles, Bob Marley. Mas Coisinha do Pai, um de seus sambas preferidos, mataria a saudade do Brasil e demonstraria o carinho dos cientistas da Nasa pelo robô.
A composição de Jorge Aragão, Luis Carlos e Almir Guineto jamais tinha sido ouvida tão longe.
Você sabia que o episódio do samba que foi a Marte virou filme?
O curta Os Outros, de Fernando Mozart, narra relatório de que se encarrega um pesquisador marciano que vem ao Brasil querendo saber o que é a tal "coisinha do pai".
Rouxinol do Brasil
Num tempo em que mulher só cuidava da casa e dos filhos, Balduína de Oliveira Sayão - Bidu, como ficou célebre - deixou o amparo da família para tentar carreira de cantora lírica. Foi e venceu.
![]() |
Bidu Sayão |
Sua estréia não foi bem recebida: "Não tem voz para salões, quando muito para salinhas", comentaria, impiedoso, o crítico Oscar Guanabarino. A voz "pequena" não a intimidou.
Estudou na Romênia e na França. Aprendeu a usar a voz; seu canto surpreendia pela clareza e pureza. Chamada "rouxinol" por Mário de Andrade, tornou-se a personalidade brasileira de maior projeção no canto lírico internacional.
Apresentou-se nas maiores casas da Europa e, nos Estados Unidos, integrou o elenco do Metropolitan de Nova York até aposentar-se, em 1957.
Às novas cantoras, aconselhava: "A voz é um instrumento de precisão, do qual não se deve abusar. Se estraga, não há conserto.
Em 1995, foi enredo da Beija-Flor e musa do carnaval carioca, desfilando na Marquês de Sapucaí. Morreu a 12 de março de 1999, com quase 97 anos.
O samba que chegou a Marte
![]() |
Jacqueline Lyra |
Em 12 de julho de 1997, o samba Coisinha do Pai, na voz de Beth Carvalho, chega a Marte para "acordar" o robô da sonda espacial Sojouner, da Nasa.
A engenheira brasileira Jacqueline Lyra, que trabalhava no projeto, tinha a tarefa de acioná-lo por meio de som.
![]() |
robô da Sojouner |
A composição de Jorge Aragão, Luis Carlos e Almir Guineto jamais tinha sido ouvida tão longe.
Você sabia que o episódio do samba que foi a Marte virou filme?
O curta Os Outros, de Fernando Mozart, narra relatório de que se encarrega um pesquisador marciano que vem ao Brasil querendo saber o que é a tal "coisinha do pai".
Fonte
O Melhor do Almanaque Brasil de Cultura Popular - Edição especial do professor;
Nenhum comentário:
Postar um comentário