Paul Whiteman Orquestra |
Foi porém, só durante a Segunda Guerra Mundial, já no fim da era swing, que apareceram no Brasil músicos em quantidade apreciável. Esses nunca tiveram contato com o jazz de Nova Orleans ou dixieland e são, portanto, admiradores dos estilos modernos.
Mistinguett |
Alguns meses mais tarde, esses músicos separaram-se do baterista americano Kosarin. Pingatore voltou para a América e Raul Lipoff organizou orquestra própria. Esse último, aproveitando a estada aqui de uma orquestra de salão, chegada ao Rio procedente do Egito, e que atuava na sala de espera do Cinema Central, conseguiu dissolvê-la, organizando um novo conjunto com alguns de seus elementos, indo atuar então no Palace club com: Kolman (sax e oboé), Abdon Lyra (trombone), e finalmente Simon Boutman (violinista), que mais tarde organizou numerosas orquestras e que, durante muitos anos, tocou no Copacabana Palace.
Quando, em 1922, Mistinguett, com sua companhia Ba-Ta-Clan, chegou ao Rio para atuar no Teatro Lírico, trouxe consigo uma orquestra de negros americanos, cujo chefe era o baterista Gordon Straight. Essa orquestra ficou aqui depois que Mistinguett terminou sua temporada, tendo tocado durante algum tempo no Cassino Assírio.
Os Oito Batutas |
No mesmo local tocou a orquestra americana do violinista colored Don Abbey, vinda da Argentina. No Brasil também tocou Sam Wooding, em 1927, cuja orquestra contava, na ocasião, com Eugene Sedric, Albert Wynn, Willie Lewis, Ralph James, Freddie Johnson, entre outros. Esta orquestra esteve no Rio somente em trânsito, infelizmente.
O primeiro conjunto brasileiro que viajou à Europa foi Os Oito Batutas, com Donga e Pixinguinha, estreando no Scherazade, onde também atuavam os bailarinos Duque e Gaby, introdutores do maxixe no continente europeu. O conjunto, que tocava música tipicamente brasileira, não se exibiu com números que não fossem maxixes, polcas, sambas, etc.
Maestro Fon-Fon |
Entre os músicos americanos que nos visitaram, citaremos Frank Big Boy Goodie (sax-tenor), e o trio Bud Freeman (sax), Joe Bushkin (piano), Herb Ward (baixo), que tocaram no Midnight do Copacabana Palace, em 1947.
Tivemos em 1938 a orquestra do maestro colored Baron Lee, no cassino da Urca. Desta orquestra fazia parte o trompetista Al Lillian, que tocou depois com Count Basie. Também várias orquestras de dança aqui vieram, entre elas as de Eddy Duchin e Tommy Dorsey, tendo, no entanto, visitado o Brasil em 1956 e 1957 dois grandes expoentes do jazz, que foram Dizzy Gillespie (com uma big band) e Louis Armstrong (que se exibiu no Municipal com seus All Stars). Tivemos, também, a visita da orquestra de Woody Herman, que trouxe entre seus músicos o contrabaixista Major Holley.
D. Caymmi, J. Kubitscheck, Pixinguinha e L. Armstrong |
Os músicos brasileiros que se dedicam ao jazz, tendo como predileção as escolas modernas, são:
Contrabaixistas: Vidal, os irmãos Jorge e Luiz Marinho, Luizinho, Chou e Luis Chaves.
Pianistas: Donato, Moacyr Peixoto, Dick Farney, Centopéia, Fats Elpidio, Paulinho, Luizinho Eça, etc.
Bateristas: Pualinho, Dom Um, Sut, Sutinho, Plínio Araújo, Hildefredo, Milton Banana, Ribinho, Pituca, Maurício.
Guitarristas: Laurindo de almeida (radicado nos EUA), Nestor, Dinarte, Geraldo Miranda, Ismael, Paulinho.
Trombonistas: Norato, Raulzinho, Astor, Manoel Araújo, Maciel, Nelsinho, Donato.
Trompetistas: Julio Barbosa, Clélio Ribeiro, Sombra, alex Formiga, Wagner, santos, Maurílio. Barriquinha, Djalminha, Araken.
Clarinetistas: K-simbinho, Paulo Moura, Zacarias, Copinha.
Saxofonistas-alto: Casé, Paulo Moura, Arcy, Jorginho, Bauru.
Saxofonistas-tenor: Helio Marinho, Cipó, Darcy, Luizinho, Zé bodega, Bolão, Juarez, Walter rosa, Luiz Bezerra.
Saxofonistas-barítono: Aurino.
Há também alguns músicos estrangeiros que se integraram no ambiente, como o pianista Chaim Lewak, o baterista Hugo Lander e o pianista Allan Gordon.
Entre os amadores, encontramos conjuntos como o Paulistanea e o Petropolitano, que tocavam jazz tradicional, e jovens apreciadores do jazz moderno, como Bill Horne (flauta, trompete, melofone), os irmãos Mário, Antônio e Oscar Castro Neves, e Osvaldo de O. Castro e Vitor Manga, bateristas, entre outros.
fonte
Jazz Panorama (Jorge Guinle)
4 comentários:
Correção referente a Kosarin. Ele chegou ao Brasil 1917 e logo em seguida foi pra Argentina e voltou somente 1919. Sendo o introdutor da bateria tanto no brasil como na argentina (ALBERTO IKEDA, 1984; MARILIA GILLER, 2018,2020, NICOLAU CLARINDO, 2021b).
Olá Nico. De antemão, preciso agradecer por estar aqui e compartilhar essa anotação sobre Kosarin. Muito obrigado, de coração, pela contribuição. Espero poder conhecê-lo um dia para prosearmos.
Enorme abraço Nico!!!
Olá Thelo, pode me procurar no Instagram ou pelo facebook @nicolau.clarindo e vamos prosear, porque esse tema é extenso e ignorado.
Olá Nico...nos encontraremos lá.
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