Neoclassicismo
Neoclassicismo é um termo que descreve um estilo de música do século XX caracterizado por forte reação do romantismo tardio. As tessituras extremamente espessas e congestionadas, exigindo uma massa de executantes, foram substituídas por uma clareza de linhas e tessituras características da música anterior ao período romântico. A expressão de emoções intensas era deliberadamente evitada.
na verdade, porém, o neoclassicismo denotava a reelaboração de estilos, formas ou técnicas pertencentes a qualquer período anterior ao romantismo do século XIX - portanto, sem os vícios desta escola.
Contudo, não deixavam por isso de imprimir em suas composições marcas bem próprias do século XX: modulações repentinas, súbitas "torções" melódicas e harmonias ousadas, quase sempre introduzindo deliberadamente "notas erradas" ou fazendo uso da politonalidade. "Ritmos motores" podem ser usados para impulsionar a música vigorosamente. As tessituras são frequentemente polifônicas, com estridentes dissonâncias que põe em grade relevo as linhas distintas do contraponto. As orquestras tornam-se menores e apresentam os instrumentos fazendo fortes contrastes de timbre. O estilo neoclássico é, em geral, propositadamente "frio" - dá especial preferência aos instrumentos de sopro e percussão, em detrimento da expressividade das cordas.
Alguns compositores: Igor Stravinsky, Paul Hindemith, Francis Poulenc, Serguei Prokofiev.
Novos Sons, Novos Materiais
Muitos compositores, à procura de novos materiais para incorporar à música, viram no Oriente uma bela fonte de inspiração. Por exemplo, Olivier Messiaen, tem usado em suas músicas ritmos hindus e padrões métricos da poesia clássica grega. No entanto, ele os desassocia de seis contextos e significados originais para que possam servir a seus propósitos. Outro material a exercer grande fascínio sobre Messiaen é o canto dos pássaros - tanto os de sua terra como os dos lugares mais exóticos do mundo. Os ritmos e sons desses cantos, por ele registrados com incrível precisão, tornaram-se a base de muitas de suas composições.
John Cage é outro que se mostrou interessado tanto pela música como pelas filosofias orientais. Cage criou novos sons "preparando" o piano: nozes, correntes, parafusos, pedaços de borracha e de plástico eram inseridos sobre e sob certas cordas desse instrumento. isso afetava tanto o timbre como a afinação das notas, produzindo sonoridades profusamente variadas, a sugerir sinos, gongos e tambores orientais.
Krzysztof Pendereck também experimentou novas sonoridades. às vezes, ele pede que os instrumentos da cordas sejam tangidos entre o cavalete e o estandarte., ou sore o próprio estandarte, ou que o som seja tirado batendo-se com o talão do arco sobre a caixa de ressonância. Fez uso de microfone, clusters, falas, murmúrios, gritos, sussurros, assovios, silvos, etc.
Música Concreta
No final da década de 40, o compositor francês Pierre Schaeffer começou a fazer experiências com o que chamou de musique concrète - música composta de forma "concreta", diretamente sobre fitas magnéticas, sem a abstração da simbologia musical.
Os sons por ele registrados eram sons naturais, como o de uma porta batendo, uma rolha saltando da garrafa, etc. Em seguida, esse material era transferido para outra fita, em que os sons eram misturados, superpostos e modificados de diversas maneiras. Pode-se modificar a altura do som alterando-se a rotação da fita, ou tocá-lo no sentido inverso. A composição resultante é uma montagem de sons armazenados em fita, que pode ser tocada à vontade, dispensando a figura do intérprete.
Os sons por ele registrados eram sons naturais, como o de uma porta batendo, uma rolha saltando da garrafa, etc. Em seguida, esse material era transferido para outra fita, em que os sons eram misturados, superpostos e modificados de diversas maneiras. Pode-se modificar a altura do som alterando-se a rotação da fita, ou tocá-lo no sentido inverso. A composição resultante é uma montagem de sons armazenados em fita, que pode ser tocada à vontade, dispensando a figura do intérprete.
Música Eletrônica
Originou-se na Alemanha, na década de 1950, e inclui todos os sons registrados por microfones e também aqueles produzidos por geradores eletrônicos de sons. O componente básico da produção sonora é o oscilador.
Os sons produzidos podem tanto ser "puros" (sem a série harmônica ou sobretons) como "impuros", dependendo da vontade do compositor. Outro tipo de sonoridade é o "som branco" - um ruído parecido com uma rajada, obtido pela soma de todas as frequências audíveis.
Os sons podem ser eletronicamente modificados de várias maneiras, incluindo-se o ajustamento de volume, a filtragem (supressão de frequências indesejadas) a adição de vibratos ("ondeamento"), reverberações, ecos. Os sons podem ser mixados juntos, sobrepostos ou divididos em fragmentos distintos. Determinados sons também podem ser gravados em diferentes pedaços de uma fita para depois serem juntados, ou se pode fazer uma fita que retorne após o final, de modo a se repetirem os sons, criando-se assim um efeito de ostinato.
Uma composição eletrônica pode consistir somente em sons gerados eletronicamente, pré-gravados em fitas ou manipulados "ao vivo" diante do público. Ou pode ser a combinação de sons com vozes ou instrumentos, soando naturalmente ou transformados por processos eletrônicos, ao vivo ou gravados.
Alguns compositores: Karlheinz Stockhausen, Luciano Berio, Luigi Nono.
Serialismo Total
Em 1949, Messiaen compôs uma peça para piano baseada em séries fixas, não somente alturas, mas também de duração, dinâmica e de toque (maneira de produzir o som). Isso levou o próprio Messiaen e seus dois discípulos, Pierre Boulez e Stockhausen, a fazerem experiências com o serialismo total, onde a altura, duração, dinâmica e o toque da série de 12 elementos são inteiramente controlados pelos princípios serialistas de Schoenberg. Boulez foi o primeiro a usar o serialismo total em sua obra.
Mais tarde, Stockhausen chegou à conclusão de que qualquer aspecto do som poderia ser controlado pelos procedimentos seriais. Sua obra Gruppen usa uma escala de 12 tempos e é tocada por três orquestras, bem afastadas entre si, cada qual com seu regente.
Música Aleatória
Enquanto o serialismo total e a música eletrônica permitem que o compositor tenha maior controle, a música aleatória procura maior liberdade, jogando com certo grau de imprevisibilidade e de sorte, tanto no processo da composição, quanto durante a execução da obra, ou em ambos os momentos. Quais notas e como usá-las, é uma decisão que o compositor pode tomar jogando dados. Ao executante se apresentam diversas alternativas, cabendo-lhe escolher que notas ou que parte da música irá tocar, e também em que ordem o fará. A altura das notas pode ser indicada, mas não sua duração, ou vice-versa. Também se pode pedir que ele contribua com algumas notas de sua escolha, tocadas de improviso. Em algumas pelas, nem mesmo as notas são fornecidas: apenas uma série de símbolos, um diagrama, um desenho, ou nada mais que uma ideia, tudo para se livremente interpretado.
Tanto Cage quanto Stockhausen fizeram amplo uso de procedimentos aleatórios. Mas Stockhausen levou a música aleatória a um ponto extremo com aquilo que chamou de "música intuitiva". Em maio de 1968, ele se isolou por sete dias, sem comer, apenas mergulhado em profunda meditação. Disso resultou Aus den Sieben Tagen: Composition My 1968.
fontes
Coleção História da Música - Vol. I (C. Miranda e L. Justus);
Uma Breve História da Música (Roy Bennett);
wikipedia.org;
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