sexta-feira, 29 de março de 2013

Fonógrafo

   O historiador Ary Vasconcelos divide a música popular brasileira em três períodos: Música Popular Brasileira da Colônia, Música Popular Brasileira do Império, e Música Popular Brasileira da República.
   Dizemos então que o período republicano da música popular brasileira começou no século XIX.

   Na manhã do dia 9 de novembro de 1889 (sete dias antes da Proclamação) o Comendador Carlos Monteiro e Sousa dirigiu-se ao paço para cumprimentar o Imperador e pedir uma audiência para mostrar o fonógrafo (aparelho inventado por Charles Cross e Thomas Alva Edison em 1877), equipamento este que daria um novo e assombroso impulso à nossa música popular.
   Mas quem foi este tal de Comendador Carlos Monteiro e Sousa?!
   De acordo com uma publicação no dia 2 deste mesmo mês e ano, Carlos M. S., além de homem inteligente e dotado de grande força de vontade,  era o agente de Thomas Alva Edison no Brasil. Deve-se também ao Carlos a introdução dos telefones no Estado do Pará.
D. Pedro II, 1876
   No Brasil, os primeiros a ter sua voz reproduzida foram o Visconde de Cavalcanti, o Conde de Villeneuve, o Sr. Sant'Ana Neri, o Dr. Charcot, Sra. Charcot, o Barão de Marajó, senador Pereira da Silva, Marechal Âncora, D. Pedro II, a Princesa Isabel e seu marido Conde d'Eu, e o Príncipe D. Pedro Augusto.
   Em 1959 o jornalista Brício de Abreu publicou um pormenor pitoresco (até então não revelado) acontecido no dia da audiência em que o fonógrafo foi apresentado a corte.

Princesa Isabel e Conde d'Eu,
 1919

   "O Sr. Conde d'Eu declarou achar a invenção muito boa mas tinha certeza de que o público não a adotaria pois acreditara que fosse artes do diabo ou almas do outro mundo".
   Dias após a Proclamação da República, Carlos Monteiro e Sousa expôs o fonógrafo à rua do Ouvidor, 133, reproduzindo discursos de diversos líderes republicanos.
 
 
Panorama da Música Popular Brasileira (Ary Vasconcelos)

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