Ao lecionar música durante esses anos e filosofando sobre a formação musical, intermináveis questionamentos surgiram e espero que continuem surgindo pois são o combustível para o aprimoramento.
Um dos assuntos que alunos comumente levantam é: Qual é mais importante, a técnica ou a musicalidade?
Um assunto como este é capaz de gerar intermináveis discussões sobre a hierarquia entre ambos, além de colocar na balança conceitos, pensamentos, direcionamentos de estudo, entre muitas outras coisas que atingem a grande maioria dos músicos, educadores musicais e estudantes de música.
Exponho esse texto para refletirmos sobre o tema, além de parabenizar e dar os créditos a Marcia Kazue Kodama pela exímia imparcialidade ao tratar deste tópico que é muito subjetivo.
Alguns músicos com maior habilidade técnica defende-na com maior ímpeto, enquanto outros com tendências musicais mais acentuadas argumentam que a musicalidade é a essência da música.
Alguns músicos com maior habilidade técnica defende-na com maior ímpeto, enquanto outros com tendências musicais mais acentuadas argumentam que a musicalidade é a essência da música.
Afinal, quem está com a razão?
A técnica é a capacidade e a habilidade mental e motora juntamente com os conhecimentos e reconhecimentos teóricos, analíticos e estruturais necessários para a execução de uma obra musical.
Todas essas atividades estão sob a responsabilidade do córtex cerebral, são conscientes e precisam ser aprendidas.
A musicalidade é a capacidade do músico, de transmitir sentimentos e/ou ideias através da interpretação musical de uma forma harmônica e agradável.
Com relação a hierarquia entre técnica e musicalidade, explica-se:
Todas essas atividades estão sob a responsabilidade do córtex cerebral, são conscientes e precisam ser aprendidas.
A musicalidade é a capacidade do músico, de transmitir sentimentos e/ou ideias através da interpretação musical de uma forma harmônica e agradável.
Com relação a hierarquia entre técnica e musicalidade, explica-se:
Técnica sem a musicalidade pode possibilitar apenas o prazer intelectual. Sem dúvida é um prazer real e às vezes até muito forte, mas para sentir esse prazer intelectual a pessoa precisa ter uma formação, um treinamento e conhecimentos suficientes para tal. Para poder analisar, perceber e entender a estrutura e a riqueza formal de uma música ou de uma interpretação, é preciso uma preparação, muitas vezes confusa. O prazer intelectual é menos forte e profundo, sem contar que não consegue envolver completamente a nossa mente e o nosso "coração", como acontece com o prazer emocional. A música tocada sem expressão deixa uma sensação de vazio e a sua execução se torna impessoal e fria.
Por outro lado, o indivíduo que consegue se envolver intensamente com a música, mas não sabe tocar uma nota sequer, não terá meio de expressar a sua musicalidade através do instrumento. A possibilidade de se expressar está proporcionalmente relacionada com a técnica. Ou seja, quanto mais técnica tiver, mais recursos de se expressar terá.
Ambos requisitos são importantes e interdependentes. A grande questão não está em saber qual é o mais importante e sim em conseguir conciliá-los.
A dificuldade em conciliá-los deve-se à divisão do cérebro em dois hemisférios e cada aspecto ser controlado por lados distintos.
A técnica é controlada pelo lado esquerdo, responsável pela fala e pela razão, assim como pelo raciocínio, escrita, cálculo, lógica, análise, ritmo e também pela percepção de detalhes.
A musicalidade é controlada pelo hemisfério direito, responsável pela entoação, altura do som, timbre e emoção, assim como pela percepção da melodia, timbre, harmonia, ruídos, os aspectos espaciais, as formas geométricas, a criatividade, o comportamento emocional e também pela percepção global.
A técnica é controlada pelo lado esquerdo, responsável pela fala e pela razão, assim como pelo raciocínio, escrita, cálculo, lógica, análise, ritmo e também pela percepção de detalhes.
A musicalidade é controlada pelo hemisfério direito, responsável pela entoação, altura do som, timbre e emoção, assim como pela percepção da melodia, timbre, harmonia, ruídos, os aspectos espaciais, as formas geométricas, a criatividade, o comportamento emocional e também pela percepção global.
O aluno com tendência musical muito forte, precisa trabalhar muito o seu lado técnico para que este possa lhe proporcionar meios de mostrar as suas emoções. E para trabalhar a técnica é preciso muitas vezes controlar a emoção, mas sem oprimí-la.
Os alunos técnicos, não musicais, geralmente são pessoas que têm musicalidade, mas ela está reprimida. Ao contrário das pessoas leigas em música, eles começam a analisar, a entender e a estudar. Começam a ver a música não apenas como uma arte, mas também como uma ciência. Eles não só percebem a música como sons que agradam ou desagradam, mas também como um conjunto de notas com uma organização rítmica, estrutural, estética e estilística passíveis de reconhecimentos e análises.
Sendo assim, caso pretenda ser um bom músico, tenha em mente que será preciso buscar um equilíbrio entre as duas coisas, técnica e musicalidade.
Tocando com Concentração e Emoção (Marcia Kazue Kodama)
2 comentários:
Ótimo texto, informativo, muito bem fundamentado e escrito.
Obrigado por compartilhar esse pensamento, sou um musico um tanto técnico e as vezes sinto que não consigo atingir uma sonoridade que demonstre oque sinto, acredito que pelo excesso de estudo e exercícios mecânicos. Muito obrigado seu texto me ajudou bastante.
Eu que agradeço sua visita colega. Grande abraço!!
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