1761, em Salzburgo (Áustria), um garoto com apenas 5 anos de idade começou a compor e a se apresentar para a realeza europeia. Seu nome?
Wolfgang Amadeus Mozart, cujo imenso talento pode florescer logo cedo, graças à influência do pai, Leopold. O menino iniciou seus estudos musicais com 4 anos de idade e logo despontou como virtuose. Naquela época, mesmo sem saberem sobre a importância ou vantagens que o aprendizado da música oferecia para os pequenos, era comum crianças (não apenas as da nobreza) aprenderem cedo a tocar algum instrumento.
Atualmente, o cenário é diferente. Gisele Cruz (instrutora no Sesc Vila Mariana-SP) diz: "Para a criança há uma questão importante, ao mesmo tempo em que seu hemisfério esquerdo está sendo bombardeado por informações cognitivas, aprendendo a ler, fazer contas, ela também começa a trabalhar o outro hemisfério, que é o da área sensível, com o som, com o abstrato. O som e o tempo musical são abstratos, e isso estimula a criatividade."
No livro Alucinações Musicais, o neurocientista Oliver Sacks cita uma pesquisa apresentada por Diana Deutsch, na qual ela mostra como o ensino da música para crianças de 4 e 5 anos ajuda a desenvolver a sensibilidade e o próprio cérebro.
"Nestes últimos anos, Diana Deutsch e seus colegas vêm estudando minuciosamente tais correlações, e observaram que 'falantes nativos do vietnamita e do mandarim apresentam ouvido absoluto muito preciso ao lerem listas de palavras'. A maioria das pessoas estudadas mostrou variações de um quarto de tom ou menos."
Deutsch e seus colegas também demonstraram diferenças gritantes na incidência de ouvido absoluto em duas populações de estudantes primeiranistas de música, uma da Eastman School of Music, em Rochester, Nova York, e a outra do conservatório Central de Música de Pequim. "Para os estudantes que haviam começado sua educação musical entre os quatro e cinco anos de idade, aproximadamente 60% dos estudantes chineses enquadraram-se no critério do ouvido absoluto, em comparação com apenas 14% dos falantes de língua não tonal nos Estados Unidos."
"Nestes últimos anos, Diana Deutsch e seus colegas vêm estudando minuciosamente tais correlações, e observaram que 'falantes nativos do vietnamita e do mandarim apresentam ouvido absoluto muito preciso ao lerem listas de palavras'. A maioria das pessoas estudadas mostrou variações de um quarto de tom ou menos."
Deutsch e seus colegas também demonstraram diferenças gritantes na incidência de ouvido absoluto em duas populações de estudantes primeiranistas de música, uma da Eastman School of Music, em Rochester, Nova York, e a outra do conservatório Central de Música de Pequim. "Para os estudantes que haviam começado sua educação musical entre os quatro e cinco anos de idade, aproximadamente 60% dos estudantes chineses enquadraram-se no critério do ouvido absoluto, em comparação com apenas 14% dos falantes de língua não tonal nos Estados Unidos."
Gisele Cruz lembra que a música também é uma linguagem. "Quando você fala em música, está falando em linguagem, como o inglês que a criança aprende, o português, a matemática, etc. Então, com a música você também está trabalhando com linguagem, a diferença é que ela pertence ao outro hemisfério, assim sendo, você acaba formando uma pessoa bombardeada por inúmeras linguagens. Uma pode influenciar a outra", explica. "Para falar um idioma você precisa de quatro operações básicas: entender, falar, escrever e ouvir. A mesma coisa acontece com a música, só que 'falar' na música é tocar, cantar, então você trabalha com a coordenação motora também."
Além disso, o ensino da música pode ajudar com questões sociais que, para uma criança, pode ser um fator que afeta seu amadurecimento.
Gisele também diz o seguinte: "Tenho relatos de professores que falam que as crianças que participam do coro têm um comportamento diferente em sala de aula, são mais disciplinadas, mais organizadas, mais participativas, é bem interessante."
Gisele também diz o seguinte: "Tenho relatos de professores que falam que as crianças que participam do coro têm um comportamento diferente em sala de aula, são mais disciplinadas, mais organizadas, mais participativas, é bem interessante."
Revista do Sesc, março/2014, nº 9, ano 20
Um comentário:
Achei maravilha a matéria. Muito bom saber disso.
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