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Rio de Janeiro, 1946. |
Apesar das inovações na área de interpretação, trazidas principalmente das experiências de Lúcio Alves e Dick Farney no exterior, no início dos anos 50, as músicas consideradas modernas eram do tipo dor-de-cotovelo, embora com as harmonias já mais trabalhadas, como em Ninguém Me Ama.
Muito ligada à natureza exuberante do Rio de Janeiro e à excelente música que se produzia na América a qual chegava através de discos e programas de rádio, a nova geração criada nas areias limpas das praias de Copacabana e Ipanema, alegre, irreverente e sedenta por novidades, queria retratar sua própria experiência, seus sonhos e estilo de vida.
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Nara Leão, anos 40. |
Naquela época, as boas famílias consideravam cantar e tocar violão atividades menores e desestimulavam qualquer tipo de iniciativa de seus filhos neste sentido. Os rapazes normalmente eram direcionados a seguir carreiras como direito, engenharia ou arquitetura. As garotas podiam até tocar violão, enquanto esperavam um marido adequado. Mas os pais de Nara Leão eram uma exceção, pois recebiam com prazer os amigos da filha para reuniões musicais em que se trocavam acordes e ideias. O apartamento da família, situado na avenida Atlântica, entrou para a história como principal reduto da nova turma da Bossa Nova.
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Roberto Menescal |
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Carlos Lyra |
Nara tinha 12 anos e aprendia violão com um professor chamado Patrício Teixeira. Roberto Menescal, seu amigo da rua, vez em quando "bicava" as aulas.
"A Nara era uma cabeça muito mais adiantada do que a gente", conta Menescal. Logo toda a turma que se reunia pra ouvir os discos no apartamento da família Leão, começou a se interessar por música.
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Luis Carlos Vinhas |
Carlos Lyra também morava em Copacabana, e começou a tocar violão aos 19 anos, por causa de uma perna quebrada quando servia no exército. Sua mãe, com pena dos quatro meses de imobilidade receitados pelo médico, resolver presenteá-lo com um violão.
Carlos Lyra acabou conhecendo Roberto Menescal e Luís Carlos Vinhas quando foi estudar no colégio Mallet Soares.
Além das reuniões na casa de Nara Leão, a turma também frequentava os bares e boates onde se apresentavam Dick Farney, Lúcio Alves, Johnny Alf, Tito Madi, João Donato e Dolores Duran. "Eles foram os precursores da Bossa Nova, prepararam o terreno para a gente", reconhece Lyra.
A História da Bossa Nova, volume 1 - edição especial Caras;
www.panoramio.com;
www.naraleao.com.br;
www.apterix.net/archivio;
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