sábado, 30 de setembro de 2023

A Grandeza da Música Brasileira e a Pobreza dos Músicos no Brasil

 Recebi essa leitura do aluno Elson de Souza e não poderia deixar de compartilhar esse texto incrível e atemporal de Fred Le Blue Assis, para o Jornal Opção.

 É um real tapa na cara, avisando: acordem meus compositores e músicos!!!

 Resumi os escritos do autor, mas aconselho todos, compositores, profissionais ou não da música, ouvintes, TODOS, a lerem na íntegra. 

 Sem delongas, vamos ao que interessa. 

 O título do artigo já inicia com um sintoma ocorrente. "Pequenas prefeituras no país, que deixam de investir na cultura local para fazer propaganda oficial com shows de grandes celebridades".
 

Pequenas Prefeituras


 A estrutura social excludente e concentradora no Brasil pode ser percebida em todas as áreas, sobretudo, no campo da música. Respeitados e reconhecidos em outros continentes e países, a música e o músico brasileiro costumeiramente não recebe o mesmo tratamento na seu próprio solo. Alguns nomes da música brasileira são cultuados e quase imortalizados em vida, arrecadando fortunas com direitos autorais. Mas obviamente essa realidade é para alguns poucos medalhões, pois a música comercial costuma ser trabalhada pela mídia por meio de revezamentos de modismos de verão, privilegiando esse ou aquele estilo popular regional.

 Cabe então ao Estado intervir para fomentar a arte subterrânea, mas as políticas culturais apenas atestam a formação dos grupos de patrício$ que monopolizam os recursos das Leis de Fomentos, distanciando os subterrâneos de inclusão.

 Alguns pequenos artistas estão conseguindo furar a bolha, criando uma conexão direta com seu público através das redes sociais, tendo algumas vezes seus segundos de fama com canções pobres e de baixo conteúdo.
 "Haverá justiça para música brasileira ou ela está fadada a ser o paraíso de Reis do Gado como o Gusttavo Lima, que comprou uma fazenda milionária no MT cobrando cachês de pequenas prefeituras no país".
 Prefeituras estas que preferem fazer propagandas anunciando shows de grandes celebridades do que investir nos artistas e cultura local.


 Direito Autoral e as Plataformas de Streaming


 A Lei do Direito Autoral existe desde 1998, mas infelizmente não é seguida em sua integridade. Não há, e dificilmente haverá um meio controlar a veiculação dos fonogramas em todas as rádios, em todos os shows, em todos espaços públicos. Geralmente as fiscalizações se dão através de denúncias. O próprio ECAD foi acusado em 2012, de fazer lobby para grandes corporações de comunicação, interessadas em flexibilizar o recolhimento dos direitos autorais, que já são escassos.

 As plataformas de streaming possibilitaram um avanço inédito na visibilidade musical mundial, porém devolvem ao artista uma baixa remuneração. Além do ganho autoral ser pouco, ainda temos os agregadoras de música nas plataformas, que mordem um pedaço do miserável lucro do artista.

 Talvez a eliminação de intermediários como, as associações de músicos e agregadores de música, facilitariam a vida dos detentores de direitos autorais e já aumentaria seus lucros merecidos.

 Os próprios compositores e músicos nem se quer tem o direito a voto direto para escolher o presidente do ECAD. Este ato restringe-se as sete gigantescas associações de música, que comandam o ECAD. Esse corporativismo está mais preocupado em defender os interesses das associações (cada vez mais ricas) que os dos seus sócios filiados compositores (cada vez mais miseráveis).



  Antes de findar essa postagem, agradeço ao aluno Elson de Souza por me apresentar essa leitura, e reforço para que músicos, compositores e amantes da música, leiam o artigo na sua totalidade. De fato, terão mais clareza na compreensão de como funciona o sistema e a engrenagem da música.
 Artigo maravilhoso do Fred Le Blue Assis (doutor em Planejamento Urbano UFRJ e Pós doutos em Artes pela UFMG)
 O artigo completo está no link abaixo, na citação das fontes.


 fonte                                                  :

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