JESUÍTAS
Os jesuítas deram uma imensa contribuição a música brasileira, pois conseguiram aproximar a música indígena da música européia trazida pelos portugueses, vencendo o imenso abismo existente entre as duas.
É importante lembrar que a aculturação musical teve início logo na chegada da esquadra que trouxe Pedro Álvares Cabral e Frei Henrique de Coimbra, pois com ela, vieram o fr. Pedro Neto (corista de ordens sacras) além de fr. Maffeo (sacerdote, organista e músico). Ambos freis influenciaram muito o espírito dos índios através da arte musical, por ocasião da primeira missa celebrada no Brasil havendo experiência certa de que o demônio se afugenta com a suavidade das harmonias.
Os primeiros jesuítas que chegaram no Brasil, pisaram na Bahia em 1549, vindo junto com Tomé de Sousa (primeiro governador geral do Brasil). No total eram seis padres, liderados pelo Pe. Manoel da Nóbrega.
Os primeiros jesuítas que chegaram no Brasil, pisaram na Bahia em 1549, vindo junto com Tomé de Sousa (primeiro governador geral do Brasil). No total eram seis padres, liderados pelo Pe. Manoel da Nóbrega.
Quatro anos mais tarde, na embarcação de Duarte da Costa (segundo governador geral), chegou o Pe. José de Anchieta trazendo um novo reforço de jesuítas.
Diga-se de passagem que, se os indígenas não fossem tão sensíveis à música, tudo seria bem mais complicado para os padres. Por sorte, os índios adoravam-na, como confirma o Pe. Simão de Vasconcelos: "São afeiçoadíssimos à música, e os que são escolhidos para cantores da Igreja, prezam-se muito do ofício, e gastam os dias e as noites em aprender e ensinar outros. Saem destros em todos os instrumentos musicais, charamelas, flautas, trombetas, baixões, cornetas e fagotes: com eles beneficiam em canto de órgão vésperas, completas, missas, procissões, tão solenes como entre os portugueses".
Mas os índios não foram os únicos beneficiados pelo ensino musical oferecido pelos jesuítas. Na fazenda de Santa Cruz (RJ), o ensino foi tão requintado que os negros escravos formaram orquestra e corais, chegando a representar pequenas óperas e a dar conta da parte musical dos ofícios sagrados.
ESPANHA
Entre as influências secundárias, a mais importante é, certamente a espanhola.
Entende-se que o Brasil, assim como Portugal, durante 60 anos (entre 1581 a 1640) esteve sob domínio castelhano, e que desde o século XV, a Espanha também recebia escravos africanos.
De qualquer modo, o Fandango (base do Jota e do Bolero espanhol) nasceu em fins do século XVII, e exerceu grande papel na dança e na música gaúcha. Também neste mesmo século, foi muito popular na Espanha o Zarambeque, que no século seguinte ficou conhecido no Brasil pelo nome de Sarambeque.
FRANÇA
A França também se fez perceber como influência, principalmente nos cantos das crianças brasileiras. Geralmente adaptou-se textos de cantigas francesas, não pelo sentido, mas pelo som da palavra. Para melhor ilustrar, dá-se como exemplo a cantiga de roda "Sur Le Pont d'Avignon", conhecida por nós com os nomes de "Na Ponte do Gavião", "Na Ponte da Vinhaça" e "Surupango da Vingança".
Raízes da Música Popular Brasileira (Ary Vasconcelos)
Um comentário:
Oi Thelo, não sabia q vc tinha um blog...gostei do post. Vou começar a te seguir. beijos
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