segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Experiência Musical com Bebês

Walter Howard


   Antes de iniciar a ideia, vale a pena saber quem é o autor da ideia.
   Walter Howard, cientista musical e professor suíço, nasceu em Leipzig no  ano de 1880. Aprendeu diversos instrumentos quando jovem e formou uma orquestra de estudantes, para a qual escrevia músicas. 
   Frequentou a Universidade e o Conservatório de Leipzig. Ficou na China por dois anos, coletando música nativa.
   Estudou pedagogia e psicologia do sistema nervoso na Universidade de Jena. Lá ministrou palestras, conduziu um coral, estudou a aplicação de psicologia e fisiologia na prática de música.
   Fundou e dirigiu por nove anos uma escola para ensinar suas teorias. A partir de 1925, dedicou-se a escrever livros e a ministrar conferências em universidades sobre sua própria teoria: o ensino da estética musical e harmonia, baseado na coordenação do estudo de acústica, psicologia e fisiologia.
   Howard foi um dos fundadores da "Volkmusikschule", em Berlim.
   Após 1926 percebeu que para conseguir seu doutoramento e uma cadeira efetiva precisaria inscrever-se no partido nacional-socialista, o que não estava disposto a fazer. Passou a dar aulas de piano baseado em suas teorias. Independente de qualquer ajuda oficial, Howard ganhou grande reputação. indesejável às autoridades nazistas, retirou-se para a Suíça em 1936.

Uma de suas experiências com bebês


  Após dois meses de experiência com babás e bebês, Howard dedicou-se a uma série de experiências com os pequenos. Diz o autor:
   "Habitualmente não se presta atenção senão às mãos das crianças. Não se brinca senão com suas mãos e logo lhes dão brinquedos". 
   No entanto, sabia por experiência que as mãos e os braços funcionam bem melhor num homem quanto mais adestradas estiverem suas pernas.
   "Observei primeiro os organistas que, em média, avançam mais rápido no plano técnico do que os pianistas".
   Colocou então um pedal de órgão sob os pés de pianistas fazendo com que sistematicamente tocassem mais com os pés do que com as mãos. De repente, uma quantidade de inépcias manuais desapareceram como que por encanto.
   "Visitei diariamente meus bebês e os fiz fazerem, desde o primeiro dia, exercícios com os pés. Tomava os pequenos pés em minhas mãos e os fazia efetuar todo tipo de movimento nas pernas, cantando ou falando ritmicamente. Das mãos sequer me ocupei e não dava nenhuma importância ao fato de que as crianças tivessem o quanto antes algo para agarrar.
   Fazia executar os exercícios em deferentes tempos. A mudança de tempo, concebida sistematicamente, constitui premissa fundamental para a capacidade de distinguir os tempos e de se manter em um tempo dado. Portanto, conduzia todos os dias certos movimentos fundamentais, uma perna para o ar, a outra sobre a caminha e vice-versa, ou ainda todas as duas no ar ou as duas viradas para o mesmo lado e, em seguida, para o lado oposto".
   Repetiu suas experiências num tempo mais lento e mais rápido. No conjunto, entretanto, não se afastou de um tempo médio, correspondendo mais a sensibilidade do bebê.
   Indicava o compasso falando ou cantando vogais, sem necessariamente empregar de imediato palavras.
   Diz: "onde meus conselhos foram seguidos, os resultados foram excelentes. Os exercícios com as pernas tiveram naturalmente por resultado aumentar a destreza manual das crianças e acelerar sua aquisição".

A Música e a Criança (Walter Howard)

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