Época comandada pela religião, sendo a igreja, seu centro cultural. Toda arte e conhecimento estavam no interior dos mosteiros, onde monges se isolavam para estudos e orações.
Até fins do século XIV, a música era considerada uma ciência e fazia parte do currículo das primeiras universidades, ao lado da Geometria, Retórica e Astronomia.
As cerimônias religiosas eram acompanhadas por diversos cantos, ensinados oralmente de geração para geração. Mas como inevitavelmente, as melodias se modificavam com o passar do tempo, o papa Gregório I, em 590, reuniu vários cantos e dedicou-se para que estes fossem os únicos cantados dentro da igreja. Fundou então, a chamada Schola Cantorum, nascendo o canto gregoriano.
A fim de evitar modificações nos cantos e auxiliar na memorização das melodias, os monges começaram a desenhar sinais nas letras, orientando quando o som ia para cima ou para baixo. Estes sinais são os chamados "Neumas".
Em torno de 1030, o monge Guido D'Arezzo nomeou as notas musicais e desenvolveu o pentagrama, iniciando o processo de criação da partitura e dando a oportunidade para que as pessoas cantassem a melodia apenas lendo, mesmo sem tê-la escutado antes. Devido a essa invenção, todo tipo de música passou a poder ser escrita e conservada.
O grande papel da música na idade média era o educativo e com função de expandir o cristianismo, pois como a grande maioria da população era analfabeta, o canto seria uma forma de aprenderem as letras.
Cita-se como música não religiosa da época, as apresentadas pelos trovadores, poetas-músicos itinerantes, que apresentavam em suas composições, notícias de onde vinham, guerras, acontecimentos recentes e de amor. Usavam acompanhamentos de de instrumentos como alaúde, flauta ou viela.
Alguns compositores, por ordem de nascimento:
- Hildegarda de Bingen (1098 ~ 1179);
- Léonin (1135 ~ 1201) - aluno da escola de Notre Dame, primeiro mestre do coro da catedral;
- Pérotin (1160 ~ 1236) - sucessor de Léonin, em meados de 1180;
- Philippe de Vitry (1291 ~ 1361);
- Guillaume de Machaut (1300 ~ 1377) - pertence ao período da Ars Nova. Sua principal composição é a Missa de Notre Dame;
- John Dunstable (1390 ~ 1453);
- Guillaume Dufay (1397 ~ 1474);
Tipos de composição:
Cantochão: canto monofônico;
Organum paralelo: consiste na duplicação de um cantochão, cantado pela vox principalis e pela vox organalis, geralmente uma quarta ou quinta abaixo;
Organum Livre: é um desenvolvimento do organum citado, em que os movimentos das vozes se dava em sentido paralelo, contrário, oblíquo e direto. As notas agora, não eram executadas somente em estrito contraponto. A vox organalis passa a ser escrita acima da vox principalis.
Organum melismático: o tenor mantinha as notas longas enquanto a vox organalis se desenvolvia com notas mais curtas (melisma: várias notas por sílaba);
Organum de Notre Dame: menciona-se Léonin, que introduziu o organum duplum, onde a voz superior (duplum) e a inferior (tenor) delineavam melodias separadas. Já Perotin, elevou a polifonia a quatro vozes simultâneas.
Descante e Cláusula: é conhecido como descante, o tipo de contraponto em que o canto original é dotado de melismas, e ambas as vozes movem-se por ritmo semelhante. Já a cláusula, é o momento do organum em que ocorre o descante.
Moteto: grande forma da polifonia, onde inicialmente utilizavam-se textos distintos para cada voz.
fontes:
Coleção História da Música - Vol. I (Clarice Miranda e Liana Justus);
Uma Breve História da Música (Roy Bennett);
youtube;
Nenhum comentário:
Postar um comentário