sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Classicismo (aproximadamente 1750 à 1820)

  1750 (ano da morte de Bach) é considerado pelos historiadores como sendo o início do período clássico e estendendo-se até início do século XIX.
 Neste curto espaço de tempo, as pessoas viveram sob a influência de um movimento humanitário que enfatizava a razão, a lógica e o conhecimento. Esse grande movimento intelectual, que acreditava nos direitos humanos, ganhou o nome de Iluminismo.
 Houve um grande desenvolvimento na Europa devido a Revolução Industrial Inglesa, 
iniciada em 1760. Inventaram o tear mecânico, imediatamente utilizado pela indústria têxtil. Em seguida, Criaram a máquina a vapor, aplicada aos transportes, promovendo a criação das locomotivas e dos navios a vapor.
 Por volta de 1789, acontece a Revolução Francesa. A população estava bastante  descontente com as enormes dívidas da corte, e a distância cada vez maior entre a riqueza e a pobreza. A classe média (em grande crescimento na época) dominou o poder nas cidades. A revolução liberou as forças do nacionalismo na política europeia com o lema: liberdade, igualdade e fraternidade. 
 Em consequência desses ideais, surgiu a valsa no início do século XIX, substituindo os passos pré-determinados do minueto, em que homens e mulheres ficavam distantes um do outro ao dançarem. Na valsa, os pares dançam livres de coreografia pré-determinada, fazem os mesmo passos e ficam fraternalmente enlaçados.
 Se relacionarmos os ideiais da Revolução Francesa com o novo jeito de dançar a valsa, encontraremos:
 liberdade - a valsa não tem coreografia pré-determinada e o par tem a mesma liberdade de dançar do próprio jeito;
 igualdade - o homem e a mulher dançam o mesmo passo;
 fraternidade - o homem e a mulher dançam enlaçados.
Joseph Haydn
 A Revolução Francesa também exerceu grande influência na evolução da música do período, aumentando e modificando o público ouvinte. Além da Igreja e da aristocracia, o povo começou a ter acesso e interesse pela música. Aumentaram os concertos públicos e o número de apresentações, fazendo com que a música passasse definitivamente dos salões da nobreza à sociedade em geral.

 Vale lembrar que no período Barroco os músicos contratados pelas cortes e pela Igreja eram considerados empregados. No classicismo, com a difusão dos concertos públicos, os músicos passaram a receber dinheiro pelas apresentações e a publicar suas composições, conseguindo assim um ganho extra, dando início à independência na carreira artística.
Wolfgang Amadeus Mozart
 Os classicistas, g
uiados pela razão, o desejo de organizar, sistematizar e catalogar o conhecimento foi uma das principais manifestações do pensamento classicista. Foram criadas regras de composição na literatura, na pintura e na música.
 O estabelecimento de preceitos para a composição é uma das características do Classicismo musical. Com o desejo de sistematização, surgiu também a vontade de catalogar as composições, como tinha sido feito na Enciclopédia em relação a  outras artes.
 Muitos compositores começaram a organizar suas músicas colocando ao lado do título a palavra opus (obra), além de
um número indicando a ordem de publicação das peças. 
Ludwig Van Beethoven
 No período anterior, Barroco, contrastes entre forte e fraco na música só era possível através da inclusão/exclusão de instrumentos. A novidade trazida pelos classicistas, era a passagem gradual do fraco para o forte e vice-versa, criando um efeito muito bonito e utilizado até hoje, denominado dinâmica. Outra grande novidade foi a substituição do cravo pelo piano. O cravo não possui som forte e fraco, pois tem uma sonoridade homogênea. O piano, por sua vez, possibilita o músico fazer os contrastes de dinâmica.
 Também no Classicismo (pela primeira vez na história) a música profana superou a sacra em importância. As composições sacras saíram das igrejas para serem apresentadas em salas de concerto, hábito que permanece até a atualidade.

 No decorrer do século XVIII, os compositores não queriam mais que sua música fosse para cantar a religião, o amor ou o trabalho. 
Nesse período, o estilo instrumental se tornou mais popular que o vocal. Eles pretendiam que o público se contentasse em ouvir a música e sentir o prazer que ela poderia proporcionar, sem uma letra que a acompanhasse. A música instrumental era considerada como música absoluta. 


Classicismo no Brasil


 No Brasil, aconteceu um extraordinário desenvolvimento da vida musical em Minas Gerais durante o século XVIII, devido ao ouro descoberto na região, fato que proporcionou enorme riqueza e tornou possível a reunião de músicos, arquitetos, escultores e escritores.
Órgão da Matriz de Santo Antônio, na cidade de Tiradentes

 Muitos compositores criaram escolas para formar futuros músicos, onde davam aulas de música e latim. Esses compositores se dedicavam exclusivamente à música sacra. Compunham para missas, procissões, casamento e enterros.
 A vida musical em Minas Gerais no final do século XVIII foi muito privilegiada, registrando-se importação de grandes órgãos para as Igrejas e de partituras de compositores europeus pouco tempo após sua publicação na Europa.

 Surgiram os primeiros compositores importantes naturais do Brasil, muitos, compondo com estilo europeu. O maior compositor mineiro do século XVIII foi Lobo de Mesquita (1746-1805). 

Curiosidade


Qual a diferença entre sinfonia e concerto?
 Sinfonia é uma música tocada sempre por toda a orquestra, sendo considerada a principal forma de composição orquestral.
 Por ser uma obra de grandes dimensões (longa) ela é dividida em quatro partes, o que em música tem o nome de "movimentos". Cada movimento tem um título que corresponde ao andamento da peça, e a orquestra faz um pequeno intervalo entre eles. Eis alguns nomes dos movimentos: allegro: rápido; andante: lento moderado; adágio: lento; presto: rapidíssimo.

 O Concerto é uma composição musical feita para um instrumento solista acompanhado de uma orquestra.
 Em um concerto, a orquestra e o instrumento solo se inter-relacionam, se alternam e se combinam numa belíssima sonoridade, em que sempre se tem a possibilidade de ouvir um grande músico solista dialogando com a orquestra.
 Normalmente, as três partes do concerto seguem uma variação rítmica: primeiro, o movimento rápido; depois, o movimento lento; por último, o movimento rápido.

 Principais compositores do período clássico:


 - Franz Joseph Haydn (1732 - 1809);
 - Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791); 
 - Ludwig Van Beethoven (1770 - 1827).
 


fontes                                                                                                  
Coleção História da Música - Vol. I  (C. Miranda e L. Justus);
Uma Breve História da Música (Roy Bennett);

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Barroco (meados 1600 à 1750)

 Nessa época ocorreu um enriquecimento muito grande na Europa em consequência das descobertas do Novo Mundo - as Américas. Isso propiciou uma vida bastante luxuosa nas cortes.

 Um novo hábito começou a se firmar: a contratação de músicos profissionais para fazer concertos particulares. A aristocracia passou a contratar músicos e os melhores começaram a ser disputados.

  No Barroco, valorizou-se bastante a música tocada só por instrumentos. Pela primeira vez na história da musica, os compositores começaram a dar importância à diferença dos sons de cada instrumento e a utilizá-los em suas composições.

 Os compositores mesclavam sons fortes e fracos. Por isso o Barroco é um período em que se observam muitos contrastes, decorrentes da filosofia da época, como entre pobres e ricos, católicos e protestantes. Diga-se de passagem que a reforma protestante de Martinho Lutero aconteceu neste período.

 Como na arquitetura, toda ornamentada, a música barroca também é cheia de enfeites, feitos pelo uso de muitas notas. Esses enfeites tinham como função dar mais beleza e valorizar os instrumentos da época, que apresentavam pouca sonoridade. Assim, para se obter contrastes, os compositores escreviam da seguinte maneira: todos os músicos tocavam juntos, fazendo um efeito forte, e em outros momentos poucos músicos tocavam, proporcionando um efeito fraco. Mesclavam assim o forte e o fraco, criando um contraste musical, como o claro e escuro na pintura.

 O ritmo da música barroca é bem marcante, inspirado na polifonia vocal do Renascimento,  os compositores barrocos passaram a fazer a mesmo coisa nos instrumentos, isto é, utilizar melodias diferentes para serem tocadas ao mesmo tempo.

 A música dessa época tem ritmos energéticos e constantes, com bastante ornamentos e contrastes de timbres instrumentais. Além do contraste de poucos contra muitos instrumentos, mesclando sonoridades fortes e fracas.

  Ocorreu também um importante acontecimento na música. O italiano Stradivarius (1644-1737), na cidade de Cremona, construiu os mais perfeitos violinos, considerados até hoje insuperáveis.

 Em consequência, surgiram os primeiros grandes violinistas, músicos com habilidade e técnicas que beiravam a perfeição. O compositor italiano Vivaldi foi um deles.

 Os primeiros virtuoses da história da música surgiram nesse período. Menciona-se Vivaldi, no violino; Bach, no órgão; Haendel, no cravo.

 Principais compositores:

 Antonio Vivaldi (1678-1741): autor de diversas óperas, concertos e da famosa Quatro Estações;

 George Friedrich Haendel (1685-1759).

 Johann Sebastian Bach (1685-1750): grande virtuose do órgão.



CURIOSIDADE:

 Ópera e a orquestra nasceram nessa época.

 A ópera é formada por recitativos, árias e coros, e algumas delas têm balés.

 Recitativos: palavras acompanhadas com pouca música, que desenvolvem o enredo da história contada na ópera.

 Árias: cantos acompanhados pela orquestra que destacam um acontecimento importante da história contada na ópera.

 Coro: conjunto de cantores que reforçam os acontecimentos importantes da história.

 Você já deve saber que a partitura é a escrita da composição musical. A primeira ópera cuja partitura sobreviveu até a atualidade foi Orfeu, do compositor Claudio Monteverdi (1567-1643).

 Em 1607, Monteverdi apresentou a ópera Orfeu na cidade de Mântua (Itália) com uma orquestra de 36 músicos. Essa apresentação é considerada como o início da história da ópera.

 A valorização da música instrumenta e o estudo do canto começaram a se desenvolver no barroco, e o mesmo ainda hoje é utilizado na ópera.



fontes                                                                                                 :

Coleção História da Música - vol. I (C. Miranda e L. Justus);

Uma Breve História da Música (Roy Bennett);

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Renascença (Séculos XV e XVI)

 Marcado pelo interesse do homem no saber, foi um período de grande desenvolvimento cultural e que determinou o mundo moderno. Época de grandes nomes como: Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio, Michelangelo Ludovico Buonarroti, entre outros.

 O livro, como exemplo, foi inventado no período anterior (Idade Média), contudo, a impressão com tipos moveis deu-se em 1450, pelo alemão Gutenberg, sendo um marco muito importante para o desenvolvimento da música. Cinquenta e um anos mais tarde, o italiano Ottaviano Petrucci inaugurou a imprensa musical.

 Neste momento, com as edições dos livros cada vez mais numerosas, o conhecimento ficou mais acessível e a música foi amplamente difundida, permitindo que mais pessoas começassem a tocar e a cantar por meio da leitura das partituras.

 O homem considerado educado, dedicava-se ao estudo e às artes. Era importante que ele soubesse tocar no mínimo dois instrumentos musicais, bem como ler partituras. Quem não dispunha desses conhecimentos muitas vezes passava vergonha no meio social. A importância era tanta que pessoas ao serem retratadas em pinturas, faziam questão de posar com um ou mais instrumentos musicais, sempre com a partitura para mostrar a todos o conhecimento que tinham da leitura musical. Mas, assim como hoje, infelizmente a maior parte da população ainda vivia na pobreza e sem acesso a esses conhecimentos.

 As edições de música (ricamente ornamentadas), de tão importantes, eram oferecidas como presentes em aniversários e casamentos. As partituras impressas eram deixadas também como herança, assim como os instrumentos musicais.

 No Renascimento a música era predominantemente vocal, dividindo-se em sacra e profana. Toda festa relevante ou cerimônia da igreja, da nobreza ou da população, contava com muita música.

 Todas igrejas importantes tinham uma escola de canto. Palácios e igrejas renascentistas começaram a contratar músicos para organizar a vida musical com composições especialmente criadas para eles, além de ensinar a ler partituras, tocar instrumentos musicais e cantar. Os primeiros professores de música surgiram neste período.

 Motetos e missas era a música sacra vocal, composta para um pequeno coral, sem acompanhamento instrumental. Porém, a música profana (não religiosa) começou a adquirir relevância, e os compositores mostraram-se bastante interessados por ela, escrevendo inclusive pelas instrumentais.

 O madrigal (canção polifônica com quatro melodias simultâneas) foi a grande moda do período. Era executada dentro das casas, por pessoas da família, ao redor de uma mesa, cantando acompanhadas pelo alaúde.

 Outro fato interessante do Renascimento, é que os artistas passaram a assinar suas obras e assim apareceu muitos compositores. O mais importante deles foi Giovanni Pierluigi da Palestrina, reponsável por toda a música da Basílica de São Pedro. Palestrina, publicou muitas obras em vida, sempre apreciadas como obras-primas da polifonia. Diga-se de passagem, neste período também iniciou a forma redonda das notas musicais na escrita.

 Alguns compositores, por ordem de nascimento:
 - Josquin des Prez (1440-1521);
 - Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594);
 - Claudio Monteverdi ( 1567-1643);


fontes                                                                                                         
Coleção História da Música - vol. I (C. Miranda e L. Justus);
Uma Breve História da Música (Roy Bennett);

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Idade Média (Século V ao XV)

 Época comandada pela religião, sendo a igreja, seu centro cultural. Toda arte e conhecimento estavam no interior dos mosteiros, onde monges se isolavam para estudos e orações.
 Até fins do século XIV, a música era considerada uma ciência e fazia parte do currículo das primeiras universidades, ao lado da Geometria, Retórica e Astronomia.
Papa Gregório I (Gregório Magno)

 As cerimônias religiosas eram acompanhadas por diversos cantos, ensinados oralmente de geração para geração. Mas como inevitavelmente, as melodias se modificavam com o passar do tempo, o papa Gregório I, em 590, reuniu vários cantos e dedicou-se para que estes fossem os únicos cantados dentro da igreja. Fundou então, a chamada
Schola Cantorum, nascendo o canto gregoriano.
 A fim de evitar modificações nos cantos e auxiliar na memorização das melodias, os monges começaram a desenhar sinais nas letras, orientando quando o som ia para cima ou para baixo. Estes sinais são os chamados "Neumas".
 Em torno de 1030, o monge Guido D'Arezzo nomeou as notas musicais e desenvolveu o pentagrama, iniciando o processo de criação da partitura e dando a oportunidade para que as pessoas cantassem a melodia apenas lendo, mesmo sem tê-la escutado antes. Devido a essa invenção, todo tipo de música passou a poder ser escrita e conservada.

  O grande papel da música na idade média era o educativo e com função de expandir o cristianismo, pois como a grande maioria da população era analfabeta, o canto seria uma forma de aprenderem as letras.
 Cita-se como música não religiosa da época, as apresentadas pelos trovadores, poetas-músicos itinerantes, que apresentavam em suas composições, notícias de onde vinham, guerras, acontecimentos recentes e de amor. Usavam acompanhamentos de de instrumentos como alaúde, flauta ou viela. 

 Alguns compositores, por ordem de nascimento:
  •  Hildegarda de Bingen (1098 ~ 1179);
  •  Léonin (1135 ~ 1201) - aluno da escola de Notre Dame, primeiro mestre do coro da catedral;
  •  Pérotin (1160 ~ 1236) - sucessor de Léonin, em meados de 1180;
  •  Philippe de Vitry (1291 ~ 1361);
  •  Guillaume de Machaut (1300 ~ 1377) -  pertence ao período da Ars Nova. Sua principal composição é a Missa de Notre Dame;
  •  John Dunstable (1390 ~ 1453);
  •  Guillaume Dufay (1397 ~ 1474);
 
 Tipos de composição: 
 Cantochão: canto monofônico;
 Organum paralelo: consiste na duplicação de um cantochão, cantado pela vox principalis e pela vox organalis, geralmente uma quarta ou quinta abaixo;
 Organum Livre: é um desenvolvimento do organum citado, em que os movimentos das vozes se dava em sentido paralelo, contrário, oblíquo e direto. As notas agora, não eram executadas somente em estrito contraponto. A vox organalis passa a ser escrita acima da vox principalis.
 Organum melismático: o tenor mantinha as notas longas enquanto a vox organalis se  desenvolvia com notas mais curtas (melisma: várias notas por sílaba);
 Organum de Notre Dame: menciona-se Léonin, que introduziu o organum duplum, onde a voz superior (duplum) e a inferior (tenor) delineavam melodias separadas. Já Perotin, elevou a polifonia a quatro vozes simultâneas.
 Descante e Cláusula: é conhecido como descante, o tipo de contraponto em que o canto original é dotado de melismas, e ambas as vozes movem-se por ritmo semelhante. Já a cláusula, é o momento do organum em que ocorre o descante.
 Moteto: grande forma da polifonia, onde inicialmente utilizavam-se textos distintos para cada voz.



fontes:                                                                                                                             
Coleção História da Música - Vol. I (Clarice Miranda e Liana Justus);
Uma Breve História da Música (Roy Bennett);
youtube;

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Curiosidades Musicais de 1979

 Mas, por quê 1979?

 Escolhi pesquisar e compartilhar alguns acontecimentos deste ano, simplesmente pela curiosidade de descobrir o que aconteceu no ano do meu nascimento. 

 Recentemente ganhei um livro muito bacana do mestre e amigo Odair Lima, que fala sobre os períodos da música brasileira e as canções mais executadas, ano a ano. Resolvi então, ir direto a 1979 e buscar mais algumas curiosidades.


 O Bêbado e a Equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc)


 Nossos compositores sempre tiveram o costume de registrar em música e verso acontecimentos relevantes, às vezes, nem tanto, da vida brasileira. Um rápido exame do repertório nacional encontrará revoluções, campanhas políticas, feitos de brasileiros e outros fatos inspirando canções de crítica ou louvação. Nem mesmo a censura ferrenha de duas ditaduras foi capaz de impedir essa prática, muitas vezes disfarçada pelo uso de imagens alegóricas. Este é o caso de "O Bêbado e a Equilibrista), notável composição de João Bosco e Aldir Blanc, que focaliza uma promessa de abertura democrática, na ocasião cercada de incertezas. Parodiando a forma de um samba-enredo, a canção descreve uma cena patética em que dois personagens -o bêbado e a equilibrista - movimentam-se ridiculamente num fim de tarde sombrio: "e nuvens / lá no mata-borrão do céu / chupavam manchas torturadas"

 O bêbado trajando luto e lembrando Carlitos: "fazia irreverencias mil / pra noite do Brasil / (...) / que sonha com a volta do irmão do Henfil / e tanta gente que partiu"... ou seja, para a situação brasileira da época.

 Já a equilibrista, era: "a esperança (que) dança / na corda bamba de sombrinha / (e) em cada passo dessa linha / pode se machucar"... o que correspondia a expectativa ansiosa de um projeto de êxito imprevisível. E a canção prossegue, utilizando conscientemente o mau-gosto e o lugar-comum como forma chocante de expressar a crítica a uma realidade indesejada: "chora / a nossa pátria, mãe gentil / choram Marias e Clarices / no solo do Brasil".

 Diga-se de passagem que "o irmão do Henfil" e as "Clarices" citadas nos versos referem-se a personagens reais, sendo o primeiro o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, irmão do cartunista Henfil, na época exilado, e a segunda, Clarice, viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado numa prisão da ditadura, em São Paulo. "O Bêbado e a Equilibrista" foi lançada por Elis Regina em junho de 1979, numa gravação orquestrada e dirigida por César Camargo Mariano, integrante do elepê Elis, Essa Mulher, o primeiro da cantora da gravadora WEA.


Começar de Novo (Ivan Lins e Vitor Martins)


 Convidados a criar um tema musical para a série da Globo, Malu Mulher, a dupla Ivan e Vitor compuseram "Começar de Novo". O assunto liberação, vida nova de uma mulher recém-separada que tenta sair de uma condição de dependência, foi habilmente desenvolvido por Vitor, podendo ser aplicado a qualquer pessoa, independente de sexo: "começar de novo e contar comigo / vai valer a pena ter amanhecido / ter me rebelado, ter me rebatido / ter me machucado, ter sobrevivido / ter virado o barco, ter me conhecido...". Ivan completou a música em menos de duas horas, sobre uma letra que o parceiro ainda pretendia alongar, mas teve que deixar como estava, em virtude da data de estreia da série.

 Faltava então, escolher a cantora: Nana Caymmi acabara de gravar "Velas Içadas", Elis pretendia gravar "Moças" (o que acabou não acontecendo) e Simone gravara "Saindo de Mim", num disco praticamente concluído, sendo todas essas músicas de Ivan e Vitor. Ao ser procurada, Maria Bethânia não quis nem ouvir "Começar de Novo", pois, estando com o repertório de seu novo disco definido, "não podia se arriscar à tentação de ter que mudá-lo". O jeito foi retornar a Simone e convencê-la a gravar às vésperas de estreia da série. 

 A canção teve êxito com Simone, tanto quanto com gravação feita pelo próprio Ivan Lins, com ambos arranjos feitos pelo pianista Gilson Peranzzetta. A canção também foi gravada no exterior por Patti Austin e Sarah Vaughan, com o título "Island".

 Quando Bethânia ouviu a gravação de "Começar de Novo" na voz de Simone, confessou aos autores que, a partir de então, "jurava jamais considerar fechado o repertório de um disco seu".


Realce (Gilerto Gil)

 Ao começar expandir sis atividades na Europa, após o primeiro show no Festival de Montreux (1978) e em plena era da disco music, Gil passou a se preocupar em produzir composições especificamente para o público de outros países. Conforme relata no livro Todas as  Letras, foi em razão do seu interesse por meditação e filosofia oriental que compôs "Realce", uma canção sobre wu wei, termo chinês que significa "ação da não ação": "não se incomode / o que a gente pode, pode / o que a gente pode, explodirá / a força é bruta / e a fonte da força é neutra / e de repente a gente poderá...". Estas e outras considerações espalhadas pelas estrofes são intercaladas por um festivo refrão, no estilo discothèque, em que referências à purpurina e à serpentina ajustam-se ao que o autor classifica de "superfície do profundo". "Realce custou muito tempo e aflição para ser feita", conta Gil. A começar pelo fato de ser "fecho da trilogia dos re - Refazenda, Refavela (substituta do samba Rebento)".

 A cada dia, "Realce" ficava mais difícil de ser concluída, e Gil conta que gastou mais de dez páginas de esboço e só conseguiu finalizar "Realce" após dois meses de excursão pelos EUA, quando já estava gravando o disco lá.


 Outras pequenas notas curiosas:

 - Michael Jackson lança Off the Wall, seu primeiro álbum da fase adulta; até hoje, é o álbum de música black mais vendido da história;

 - Pink Floyd lança o lendário álbum, The Wall;

 - The Clash lança London Calling, seu disco mais conhecido e o mais inspirador da história da música punk;

 - A banda AC/DC ganha fama mundial com o disco Highway to Hell;




fontes                                                                                                  
A Canção no Tempo (J. Severiano e Zuza Homem Mello);
Wikipedia;

terça-feira, 6 de julho de 2021

Canção da América (Unencounter) - Milton Nascimento

   Neste arranjo, brinquei com: compassos simples e composto; momentos de tensão ao som da escala diminuta dominante; leveza x peso com voicings fechados e abertos; etc.

 Porém, mais que o lado técnico, prefiro salientar o lado emocional desta música. Este arranjo foi feito com muito carinho, pois essa é uma canção que além de me encantar muito, traz na memória ídolos como o Ayrton Senna nas manhãs de domingo, amigos e pessoas boas com quem vivi e vivo grandes e bons momentos.

 Esta, realmente é uma música que para mim, simboliza a amizade e o amor, típica da personalidade Miltoniana.
 Fechem os olhos e ouçam com o coração. Espero que apreciem!



sexta-feira, 25 de junho de 2021

Caminhos do Estudo

 A música, como qualquer área do conhecimento, é um assunto profundo e sério (para quem leva a sério...kkkk)

 Existem vários caminhos a serem percorridos, e precisam estar organizados para que o discente não perca tempo nem gaste energia estudando determinados assuntos no momento errado.



 O mundo digital fornece um vasto número de respostas para qualquer assunto ou palavra pesquisada, mas, dependendo do nível musical do praticante, quando uma matéria é estudada num momento errado e desconectado de outros assuntos, acaba gerando mais dúvidas que respostas, resultando em confusão e infelizmente distanciando mais os conceitos teóricos musicais da prática musical (ambos acontecem simultaneamente a todo instante).

 Para que a compreensão e a apreensão estejam em equilíbrio, com embasamento e coerência, possibilitando uma evolução mais acelerada, a organização dos caminhos faz-se necessária. Dessa forma, o estudante tocará um instrumento e compreenderá o que está fazendo. Caso contrário, será como um "papagaio", que fala mas não faz ideia o que está dizendo.


___________________Thelo Campos

sábado, 29 de maio de 2021

Base Física da Tonalidade

 Antes de iniciar o assunto em foco, vale a pena lermos sobre essa nota curiosa.
 Em algum momento da vivência na música, provavelmente você já ouviu falar sobre a importância da nota La (440 Hz).
 Mas, desde quando ela passou a ser referência?

  O Lá do diapasão normal, que é o ponto de referência para a afinação de todos os instrumentos musicais, e que foi estabelecido pela Academia e Ciências de Paris em 1858, produz 440 vibrações duplas por segundo, ou 870 vibrações simples.

 Antes da fixação desse limite reinava grande confusão e liberdade no que se refere ao diapasão. A expressão - diapasão antigo - significa um diapasão mais alto que o normal.

 Bem, agora retomaremos o rumo da conversa, melhor dizendo, o tema desta postagem, a base física da tonalidade.
 Certamente você já ouviu falar em tom, tonalidade, campo harmônico, acordes, sons harmônicos, etc. Essas palavras são corriqueiras no vocabulário dos estudantes e praticantes de música. Mas que tal, irmos um pouco mais fundo no assunto?

 Quando produzimos uma nota em algum instrumento, esta jamais aparece isolada.
 Logo após a ocorrência desta nota inicial, segue-se uma série de outros sons. Esse conjunto de sons concomitantes que tem por base um som fundamental ou gerador, é um fenômeno físico-harmônico denominado série harmônica.

  

Exemplo da série harmônica a partir de um som gerador:

Série Harmônica

 O vídeo a seguir, é um pequeno recorte da palestra "The Unanswered Question" de 1973, em Harvard. Neste trecho, Leonard Bernstein (maestro, compositor e pianista estadunidense) explana sobre a série harmônica.


 Nota-se que a ordem dos harmônicos é contínua quando o som é produzido por uma corda. A sequência de sons ocorridos após o som gerador, difere de acordo com os tipos de tubos usados na construção dos instrumentos musicais.

 O exemplo da série harmônica mencionado acima, corresponde aos harmônicos que são obtidos nas cordas e nos tubos abertos (cita-se como exemplo a flauta). Enquanto nos tubos fechados (toma-se como exemplo o oboé) são obtidos os harmônicos ímpares como: 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, etc.


 Vejamos agora os intervalos verificados entre os diversos sons da série harmônica:

  •  Entre os sons 1 e 2 - oitava justa;
  •     "       "     "     2 e 3 - quinta justa;
  •     "       "     "     3 e 4 - quarta justa;
  •     "       "     "     4 e 5 - terça maior;
  •     "       "     "     5 e 6 - terça menor;
  •     "       "     "     6 e 7 - terça menor;
  •     "       "     "     7 e 8 - segunda maior;
  •     "       "     "     8 e 9 - segunda maior;
  •     "       "     "     9 e 10 - segunda maior;
  •     "       "     "    10 e 11 - segunda maior;
  •     "       "     "    11 e 12 - segunda menor;
  •     "       "     "    12 e 13 - segunda menor;
  •     "       "     "    13 e 14 - segunda maior;
  •     "       "     "    14 e 15 - semitom cromático;
  •     "       "     "    15 e 16 - segunda menor;


 Observando o quadro dos harmônicos verifica-se desde logo:

 a) que os seis primeiros sons reunidos formam o acorde perfeito maior;
 b) que o acréscimo do sétimo som transforma o acorde perfeito maior em acorde de sétima da dominante;
 c) que o acréscimo do nono som transforma o acorde de sétima da dominante em nona da dominante maior:
 d) que os sons cinco, seis, sete e nove formam o acorde de sétima da sensível maior;
 e) que os sons cinco, seis e sete formam o acorde de quinta diminuta;
 f) que os sons seis, sete e nove formam o acorde perfeito menor;
 g) que eles são, portanto, a base física dos acordes e a consequência lógica e material da tonalidade.



fontes                                                                                           
Música para a Juventude (José Siqueira);
Teoria da Música (Bohumil Med);



quarta-feira, 28 de abril de 2021

Forever (Phill Perry) - transcrição


  Transcrição do solo de George Duke em Forever (Phil Perry). Apresentação em Montreux, 1992.   

  Transcription of George Duke's solo in Forever (Phil Perry). Presentation at Montreux, 1992.




quarta-feira, 31 de março de 2021

O Caderno (Toquinho e Vinicius)

   Sempre que escuto esta música, lembro da minha filha, e do amor que naturalmente todos os pais direcionam aos seus sucessores.

   Este é um pequeno arranjo na belíssima canção de Toquinho e Vinicius, que através do belo trio, poesia, melodia e harmonia, retrata as fases naturais do desenvolvimento.

   É ressaltado em seus versos a importância do caderno para o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. Bem demonstrado na construção da poesia, que é dividida em quatro estrofes, cada uma evidenciando uma fase do desenvolvimento humano, desde a infância até a chegada da fase adulta.






composição (Toquinho e Vinicius de Moraes);
arranjo (Thelo Campos);
citação: entretantoeducação (Sérgio Campelo);

domingo, 28 de fevereiro de 2021

Períodos do Jazz

Early Jazz/New Orleans & Chicago Style Dixieland (1920 ~ 1930)


 Use de improvisação coletiva (polifonia). Linha de frente no trompete (ou corneta), clarinete, trombone.
 O estilo de New Orleans normalmente incluía banjo e tuba, mais tarde substituídos por guitarra e baixo de cordas no estilo Chicago.

 O estilo Chicago também adiciona saxofone à frente da linha. A bateria moderna surge quando músicos de Nova Orleans começam a consolidar a seção de bateria (baixo, caixa, pratos) comumente encontrados nas primeiras bandas de música de Nova Orleans.

 Louis Armstrong (trompete), Bix Beiderbecke (corneta) Jelly Roll Morton (piano/compositor), Sidney Bechet (sax soprano, clarinete) Earl "Fatha" Hines (piano) são alguns nomes deste período.

Era do Swing/Big Band (1930 ~ 1945)

 
 Período muito popular na história do jazz. Grandes conjuntos, menos improvisação, mais ênfase em arranjos escritos, assim como no showmanship (uniformes da banda, tema canções, logotipos em estantes, coreografias, cantores). Desenvolvimento de seções (saxofones, trompetes, trombones, ritmo) baseado no modelo inicial da linha de frente no estilo de New Orleans/Chica Dixieland.

 Sensação de swing mais suave (tempo estável quaternário com ênfase nos tempos 2 e 4; walking bass, uso frequente do ride cymbal).
 As características dos padrões de arranjos de big band podem incluir: Tutti (todas as trompas tocando uma linha melódica em harmonia); Soli (uma seção apresentava tocando uma linha melódica em harmonia); Shout Chorus (seção tutti climática no final do arranjo); abertura de seção transversal (uma linha melódica harmonizada e expressada por instrumentos de diferentes seções da banda); Riffs (padrão melódico repetido e/ou rítmo curto).

 Duke Ellington (piano/compositor), Count Basie (piano/band leader), Coleman Hawkins (sax tenor), Lester Young (sax tenor) Roy Eldridge (trompete) são alguns nomes deste período.

Bop (1945 ~ 1950)


 Pequenos conjuntos (trio, quarteto, quinteto) concentrados na improvisação em vez de tocar os arranjos complexos.
 Melodias angulares e complexas geralmente tocadas em uníssono. fraseados longos e irregulares. Andamentos geralmente mais rápidos do que no swing. ênfase no virtuosismo e na técnica instrumental. O baterista se tornou mais interativo com o solista. Uso de linhas melódicas escritas sobre padrões de progressões de acordes, alé da complexidade harmônica usando substituições nas progressões padrão.

 Charlie Parker (sax alto), Dizzy Gillespie (trompete), Bud Powell (piano), Thelonious Monk (piano/compositor), Max Roach (bateria), Dexter Gordon (sax tenor) J. J. Johnson (trombone) são alguns nomes desta época.

Cool (1950 ~ 1955)


 Abordagem calma e sem pressa na improvisação. Texturas mais finas, suavidade na dinâmica e no fraseado melódico.

 Os músicos tendem a tocar com um tom mais leve e menos áspero, utilizando pouco vibrato (por influência de Lester Young). Bateristas dão ênfase nas vassourinhas e menos bumbo.
 Os arranjos são mais intrincados, com foco na composição.
 Nova instrumentação é utiizada como: flauta, trompa, violoncelo, oboé, etc. Um interesse coletivo pela improvisação é renovado, assim como a influência do blues é menos óbvia.

 Miles Davis (trompete), Dave Brubeck (piano/compositor), Paul Desmond & Lee Konitz (sax alto), Garry Mulligan (sax barítono/compositor), Modern Jazz Quartet, Stan Getz (sax tenor), Gil Evans (piano/compositor) são alguns nomes deste período.

Hard Bop (1955 ~ 1960)


 Estilo bruto e duro com ênfase emocional. Uso extensivo da música gospel e do blues. ênfase no "groove" (funky), na dançabilidade e no rítmo "shuffle". Elementos latinos e uma sensação de colcheia "reta" às vezes. 

 Andamentos um pouco mais lentos e melodias mais simples que no período Bop. Principalmente músicos negros de New York, Detroit e Philadelphia.

 Art Blakey (bateria) & The Jazz Messengeres, Horace Silver (piano), Sonny Rollins (sax tenor), Clifford Brown (trompete), Cannonball Adderley (sax alto) Charles Mingus (baixo/compositor), Benny Golson (sax tenor/compositor) & Jezztet, Miles Davis (trompete & "classic" quintet (1955-1959).

Free Jazz/Avant Garde (década de 1960)


 Formas livres ou abertas. Melodias geralmente completam improvisações. Falta de predefinição nas mudanças de acordes. Texturas normalmente densas e com performances de muita energia.

 Improvisação coletiva naturalmente mais dissonante, atonal. Muitas vezes os os conjuntos omitem o uso de um piano ou instrumentos harmônicos. Instrumentos e instrumentações experimentais.
 Uso de sons não ortodoxos (gritos, ruídos, etc) e técnicas estendidas (registro altíssimo, multifônico, etc). Interesses por conceitos musicais não ocidentais e compositores clássicos do século XX, como John Cage e Karlheinz Stockhausen.

 Ornette Coleman (sax alto/compositor) Cecil Taylor (piano/compositor, Albert Ayler (sax tenor), Anthony Braxton (sax/compositor) são alguns nomes do gênero.

Fusion/Jazz Rock (década de 1970)


 Uso extensivo de instrumentos eletrônicos: piano elétrico (Fender Rhodes), sintetizadores (vários teclados), baixo elétrico, guitarra, modificações eletrônicas em instrumentos acústicos.
 Foco de atenção na seção rítmica. Mais atenção na tecnologia de gravação de estúdio e no processo de gravação. 

 Harmonia, muitas vezes são simples repetições de acordes (harmonia estática, vamps).
 As linhas de baixo costumam ser repetitivas. As músicas variam desde melodias simples com vamps e formas abertas até composições complexas. Os saxofones são usados com mais frequência. 

 Miles Davis (trompete/bandleader: In a Silent Way), Chick Corea (Keyboard/leader: Return to Forever), Weather Report (group),      (guitar/leader: Mahavshnu Orchestra) figuram alguns nomes.

Ecleticismo (década de 1980 & 1990)


 Nenhuma tendência estilística dominante surgiu nas décadas de 1980 ou 1990. Em vez disso, uma continuação de estilos anteriores, cruzamentos e novos estilos comumente derivados de várias fontes. Algumas tendências notáveis dentro desse ecletismo parecem ser:

 1. uma sofisticação adicional do jazz eletrônico por meio do uso de computadores;
 2. um movimento neo-bop e neo-tradicionalista ressurgente (neo-classicismo);
 3. técnicas instrumentais e vocais expandidas;
 4. grande envolvimento de mulheres;
 5. o crescimento do jazz europeu e da "world music".

 Algumas referências deste período são: Pat Metheny Group (fusion band), Michael Brecker (sax tenor) Winton Marsalis (trompete/compositor), Joe Lovano (sax tenor), Kenny Garrett (sax alto), Don Byron (clarinete/compositor), Dave Douglas (trompete/compositor), Bobby McFerrin (voz), Steve Coleman (sax alto), Cassandra Wilson (voz), Dave Sanborn (sax alto), Chick Corea's Elektric Band (fusion band), John Scofield (guitarra), Keith Jarret Trio (acoustic jazz trio).



An Outline History of American Jazz (Sharp, Snyder & Hischke)